A helmintologia é um ramo da ciência bem especializado em um grupo especial de animais. A palavra helmintologia é composta por dois radicais, helmins que significa verme, e logus que significa estudo. Sendo assim, helmintologia é o estudo e conhecimento sobre endoparasitas vermiformes, os helmintos. Os helmintos são um grupo parafilético, ou seja, apesar de serem reunidos sobre uma classificação taxonômica em comum, eles não descendem do mesmo ancestral. Os dois grandes grupos de helmintos são os dos vermes de corpo cilíndrico (Nemathelminthes) e os vermes de corpos achatados (Platyhelminthes). Helmintos podem ser de tamanhos microscópicos ou alcançar grandes comprimentos, como as Taenia saginata, que podem atingir até 25 metros.
As semelhanças entre as espécies que compõe esse grupo foram causadas por evolução convergente, ou seja, vários táxons diferentes passaram pelas mesmas pressões seletivas que fizeram com que eles apresentassem características adaptativas similares, mesmo tendo origens evolutivas distintas. No caso dos helmintos, por se tratarem de serem endoparasitas, provavelmente a pressão seletiva mais determinante sobre as espécies foi o tipo de habitat, que é comum à todos eles.
O termo endoparasita também é formado por dois radicais. O termo “endo” se refere “ao lado de dentro”, e a palavra parasita advém do latim parasitus e significa “aquele que come na mesa do outro”, ou seja, alguém que se alimenta às custas de outros, e é justamente isso que os helmintos fazem de melhor. Animais parasitas não conseguem sobreviver sem o hospedeiro, os helmintos, por exemplo, apresentam sistema digestório e respiratórios reduzidos e pouco funcionais, o que significa que eles não conseguem digerir o próprio alimento, é preciso obter os nutrientes já semi digeridos por alguém para que o seu metabolismo se mantenha ativo. Se foram separados dos hospedeiros, os helmintos morrem. Além disso, possuem alta capacidade reprodutiva, proliferando-se rapidamente no organismo do hospedeiro.
Por serem endoparasitas, e muitos deles de seres humanos, os helmintos tem uma importância médica muito grande, sendo assim a maior parte das pesquisas relacionadas à helmintos é focada em medidas profiláticas (de prevenção), e em formas de tratamentos às infecções e doenças causadas por esses animais.
As doenças mais comuns causadas por helmintos são a ascaridíase (causada pelo Ascaris lumbricoides), a ancilostomose (Ancylostoma duodenale e Necator americanus), filariose (Wuchereria bancrofti), oxiurose (Enterobius vermiculares), fasciolose (Fasciola hepatica), esquistossomose (Schistossoma mansoni) teníase e cisticercose (ambos causados por Taenia solium e Taenia saginata). Dentre essas doenças citadas, as quatro primeiras são causadas por nematelmintos e as quatro seguintes por platelmintos.
A maioria das doenças causadas por helmintos decorrem de problemas de saneamento e baixo cuidado com higiene. Sendo assim, atitudes simples como lavar bem os alimentos, lavar bem as mãos ao usar o banheiro, não beber água de poças paradas e sempre bebê-la filtrada ou fervida, cozer bem os alimentos são fatores que auxiliam a prevenir a contaminação por helmintos.
Referências:
Pechenik, J. A. Biologia dos Invertebrados. 7ed. Porto Alegre: Artmed, 2016.