Meristemas são tecidos que contêm células embrionárias capazes de se dividirem mesmo após a embriogênese ter sido finalizada. Ao longo da germinação, os meristemas existentes no embrião originam todos os outros tecidos que irão compor a planta adulta. Os tecidos meristemáticos também são importantes em situações de ferimentos, pois irão formar os tecidos de cicatrização, intensificando sua atividade metabólica e de divisão.
No ápice do caule e das raízes estão localizados os meristemas apicais (Figura 1). Esses tecidos são responsáveis, principalmente, pelo crescimento em comprimento da planta. No embrião, os meristemas apicais surgem entre os dois cotilédones em plantas do tipo eudicotiledôneas. Por definição, cotilédones são as primeiras folhas de um embrião, que podem ter função de reserva ou serem fotossintetizantes. Já nas plantas do tipo monocotiledôneas, que possuem apenas um cotilédone, este tecido se encontra em um dos lados do cotilédone.
Devido a importância do papel desempenhado, os meristemas apicais permanecem protegidos. Nas raízes, o meristema é protegido por uma estrutura formada por um conjunto de células em forma de capuz denominada coifa, que também auxilia a raiz a penetrar no solo (Figura 1A). Conforme a coifa vai aprofundando-se no solo, suas células periféricas vão descamando, porém novas células são adicionadas pelo meristema apical. Apesar de não possuírem uma estrutura especializada como a coifa, no meristema apical do caule há a presença de folhas jovens localizadas ao seu redor que se dobram sobre ele, proporcionando-lhe proteção (Figura 1B). O meristema apical do caule é estruturalmente mais complexo que o meristema da raiz. No caule, o meristema além de ser responsável pelo crescimento em altura da planta, ainda produz os primórdios foliares, que irão se desenvolver nas folhas (Figura 1B).
Dependendo da atividade realizada e da sua origem, os meristemas são classificados em primários e secundários. Os meristemas primários são responsáveis pelo crescimento primário da planta, abrangendo principalmente o aumento em extensão e a formação de ramos, folhas e flores. Este tecido pode ser de três tipos: a protoderme, a qual origina a epiderme; o meristema fundamental, que origina tecidos de sustentação e preenchimento; e o procâmbio, o qual origina os tecidos que conduzem a seiva. O meristema secundário está relacionado com o aumento em diâmetro do caule e da raiz, sendo formados por dois tecidos: o felogênio (também chamado de câmbio da casca), o qual forma os tecidos localizados na parte mais externa do caule, e o câmbio vascular, que irá originar os tecidos que conduzem a seiva.
Uma das principais diferenças entre as plantas e os animais é a presença dos meristemas, um tecido que continuamente adiciona células nos vegetais. Em geral, os animais formam precocemente todos os seus órgãos e cessam o crescimento ao atingirem a maturidade. Em contrapartida, as plantas continuam a crescer durante toda a sua vida. Esse crescimento aparentemente ilimitado dos meristemas apicais é denominado como indeterminado.
Referências bibliográficas:
Raven, P.; Evert, R.F. & Eichhorn, S.E. 2007. Biologia Vegetal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 830 p.
Souza, L.A. 2009. Morfologia e anatomia vegetal: células, tecidos órgãos e plântula. Ponta Grossa: Ed. UEPG, 259 p.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/meristema/