Organismos geneticamente modificados (OGM), como o próprio nome sugere, são organismos que sofreram algum tipo de alteração em seu material genético de maneira não natural (cruzamentos e/ou recombinação natural), ou seja, por meio de técnicas de engenharia genética moderna.
O principal intuito da criação de organismos geneticamente modificados é a preservação e desenvolvimento de características de interesse econômico e medicinal.
Dessa forma, na agricultura, as técnicas de engenharia genética visam criar plantas que tenham um maior potencial produtivo, que sejam resistentes a pragas e doenças e outros. Na área da saúde, um exemplo de uso de OGMs é para a produção de insulina, através da inoculação de bactérias geneticamente modificadas que passam a carregar os genes responsáveis pela produção desse hormônio.
Os organismos geneticamente modificados começaram a ser produzidos na década de 80 a partir do avanço tecnológico e científico nas áreas de genética molecular, engenharia genética e biotecnologia. Desde então, principalmente as industrias agrícolas, alimentares e farmacêuticas, investem pesado no desenvolvimento de tecnologias que permitam uma melhor manipulação do material genético.
No Brasil, os organismos geneticamente modificados estão principalmente relacionados a área da agricultura, sendo amplamente utilizado nas lavouras de milho e soja.
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Diferença entre Organismos Geneticamente Modificados e Transgênicos
É comum pessoas usarem o termo transgênico para se referir a um organismo geneticamente modificado, o uso dessa terminologia até faz sentido, entretanto é necessário ter cuidado, pois nem todo organismo geneticamente modificado é considerado transgênico.
A diferença entre os organismos geneticamente modificados e transgênicos está relacionada a origem do gene de interesse que será inoculado em uma espécie.
Com isso, temos que organismos geneticamente modificados são aqueles que tiveram o seu genoma alterado após receberem um gene oriundo da mesma espécie a ele; quando esse processo acontece entre espécies diferentes, temos um organismo geneticamente modificado transgênico, ou simplesmente, transgênico.
Técnicas de engenharia genética - DNA recombinante
A principal técnica de desenvolvimento de OGM é do DNA recombinante, que permite uma manipulação do material genético. A partir daí, é possível fazer a junção de genes provenientes de organismos diferentes em uma mesma molécula de DNA.
Nesta técnica, ocorre a identificação e posteriormente a introdução do gene de interesse em vetores que serão responsáveis por sintetizar a cadeia de DNA contendo o gene inoculado.
Em suma, a técnica do DNA recombinante é dividida em cinco etapas, são elas:
- Identificação e isolamento do gene de interesse;
- Inoculação do gene de interesse no vetor;
- Transformação (replicação do DNA recombinante);
- Seleção dos clones (células de interesse);
- Expressão gênica (indução da produção proteica).
Normalmente o vetor utilizado é um plasmídeo bacteriano, que é capaz de integrar o gene de interesse (externo) no seu próprio genoma.
A partir dessa técnica, é possível criar organismos que expressem características de extrema valia para economia e sociedade.
Riscos envolvendo Organismos Geneticamente Modificados
Após a inoculação de um transgene em um organismo receptor (animal ou vegetal) não é possível ter um total controle do comportamento do gene no organismo, com isso, pode acontecer efeitos adversos que podem ser maléficos a curto, médio e longo prazo no organismo receptor e/ou no ambiente.
Por esse motivo, é de suma importância uma análise detalhada do comportamento do gene no organismo receptor e no ambiente, para que os mesmos possam ser protegidos.
Os riscos causados pelos organismos geneticamente modificados podem ser classificados em três grupos de risco, são eles:
- Risco alimentares: envolve efeitos de proteínas tóxicas ao organismo e danos causados por excesso de herbicidas;
- Riscos ecológicos: relacionados a alteração do ambiente, afetando na biodiversidade local;
- Riscos agrotecnológicos: alterações na propriedade agrícola e perda da eficiência do transgênico.
A partir de tudo isso, foi necessário a criação de diretrizes e instituições reguladoras que determinem as bases metodológicas a serem utilizadas no momento de criação de um organismo geneticamente modificados. Atualmente, os principais órgãos internacionais reguladores são World Trade Organization e o protocolo de Cartega sobre Biossegurança.
Referências:
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Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/organismos-geneticamente-modificados/