Pragas biológicas

Por Yanna Dias Costa

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

Categorias: Biologia, Ecologia
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Praga biológica é como chamamos as espécies que crescem de forma descontrolada, ou estão fora de seu habitat natural, prejudicando o homem, ou ecossistema, seja provocando doenças, ou mesmo desequilíbrios nas comunidades e em atividades como agricultura, podendo resultar em sérios prejuízos econômicos.

A superpopulação de uma determinada espécie provavelmente causará desequilíbrios ecológicos, como a extinção de outras espécies, mudança na composição e estrutura de comunidades, surtos de doenças infecciosas e epidemias de parasitas, devastação de plantações, etc. Nestes casos, chamamos essas superpopulações de praga.

Causas e consequências

Uma espécie com falta de predador e com abundância de recursos disponíveis em seu habitat, tem os fatores ideais para reproduzirem indiscriminadamente, gerando uma superpopulação. Um exemplo que se encaixa nesta situação são as pragas urbanas, que se beneficiam neste ambiente, encontrando disponibilidade de recursos e a falta de predador natural, o que provoca descontrole populacional.

Esse tipo de praga pode provocar danos à saúde humana, contaminando ou destruindo alimentos e objetos, podendo transmitir doenças. Pombos, por exemplo, são pragas em grandes centros urbanos, chegando a destruir monumentos com suas fezes, além de serem vetores de doenças como a criptococose.

Os animais estão em busca de alimento e esconderijo e geralmente espécies onívoras se beneficiam em zonas urbanas, onde encontram lixo, sujeiras. Os municípios têm equipes especializadas em controle de pragas.

Os ratos são uma das principais pragas urbanas. Foto: Malcolm Chapman / Shutterstock.com

Exemplos de pragas urbanas: Baratas, ratos, cupins, brocas, pulgas, escorpiões, aranhas, pombos, carrapatos, moscas, morcegos, mosquitos, percevejos, traças, vespas, grilos, caramujos, roedores, etc.

As pragas fazem parte da história da humanidade. Na própria bíblia, é falado sobre pragas no Egito Antigo, chamadas de “As Dez Pragas do Egito”. No século XIV, a população da Europa e da Ásia sofreram grande impacto, com morte de 1/3 da sua população, pela pandemia da “peste negra”, que é uma doença causada pela bactéria Yersinia pestis, presente em pulgas de roedores contaminados. As condições de habitação e de higiene da época e o hábito domesticado de algumas espécies de ratos, possibilitou o crescimento das populações de roedores. A espécie Rattus rattus foi levada acidentalmente até a Europa, onde se disseminou rapidamente, contribuindo para a epidemia.

A destruição de habitat leva à extinção de espécies. A morte de espécies chaves, como predadores, pode ocasionar o boom de outras espécies. Por exemplo, na falta de animais insetívoros, como morcegos, há liberação populacional dos grupos de insetos, de forma que podem se tornar pragas.

Uma forma de praga biológica que tem trazido muito impacto ao meio ambiente, é a introdução de espécies exóticas. As espécies invasoras competem por recursos e espaço com as espécies nativas, provocando muitas vezes a morte e até extinção das mesmas.

Se a taxa de natalidade de uma espécie for maior do que a taxa de mortalidade, certamente haverá crescimento descontrolado, podendo se tornar praga.

A superpopulação de micróbios que causam doenças pode virar pragas biológicas, são as pragas de vírus, pragas de bactérias, praga de protozoários, levando a grandes surtos de doenças infecciosas, como as endemias, pandemias e epidemias.

O termo praga é usado na agricultura, sendo empregado quando se trata de animais e doenças causadas por fungos, vírus, bactérias e viróides. Geralmente, as ervas daninhas também são chamadas de pragas. Foi a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) que definiu o termo praga: “Qualquer espécie, raça ou biótipo de vegetais, animais ou agentes patogênicos, nocivos aos vegetais ou produtos vegetais.

Exemplos de pragas agrícolas: lagartas, pulgões, cochonilhas, vaquinhas, moscas brancas, etc.

Controle de pragas

Na agricultura, a forma mais comum de combate a pragas é o uso de agrotóxico e pesticidas. É importante lembrar que o agrotóxico é um produto químico, que traz consequências ao meio ambiente e em grande quantidade pode afetar também a saúde humana. Uma alternativa para o combate às pragas é o controle biológico, no qual organismos vivos são utilizados para inibir o crescimento populacional de uma outra espécie.

Pragas urbanas são controladas com produtos químicos, dedetizações, etc.

Referências:

https://ambientes.ambientebrasil.com.br/urbano/pragas_urbanas/pragas_urbanas_como_objetos_de_estudos_ambientais.html

http://www.bio.ufpr.br/portal/pragasplantas/wp-content/uploads/sites/12/2013/11/Aula-1-Origem-e-import%C3%A2ncia-das-pragas-de-plantas-cultivadas.pdf

https://pt.wikipedia.org/wiki/Praga_biol%C3%B3gica

https://www.historiadomundo.com.br/idade-media/peste-negra.htm

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