Restauração ecológica

Por Yanna Dias Costa

Graduação em Ciências Biológicas (Unicamp, 2012)
Mestrado Profissional em Conservação da Fauna Silvestre (UFSCar e Fundação Parque Zoológico de São Paulo, 2015).

Categorias: Ecologia
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Há processos naturais que podem acelerar ou causar impactos ambientais, como os vulcões, enchentes, tempestades, incêndio, etc. Mas a maior parte destes impactos vem das atividades humanas que degradam o ambiente e causam destruição de habitat. Com isso, conservacionistas vêm desenvolvendo estudos e práticas que podem levar um ecossistema a ter suas funções restauradas. A restauração ecológica é um processo em que há ação humana intencional, para o restabelecimento de um ecossistema que foi degradado ou destruído, com a meta de trazer a diversidade, estabelecendo comunidades.

Neste processo, o homem busca recuperar condições como vegetação, clima, flora, água, solo e micro-organismos, para imitar o que se tinha originalmente naquele local, melhorando e aumentando a integridade e saúde dele. Por exemplo, em áreas de mineração, para proteger o solo contra erosão; restauração de áreas ciliares aos rios, para evitar alagamentos, recuperar área de vegetação nativa, etc.

Então, o ponto de partida do planejamento da restauração é compreender, através de estudos, como era a composição daquele espaço e como funcionava, fazendo um mapeamento da história daquela paisagem, de como se iniciou e como foi alterada. Geralmente, ocorrem intervenções como reintrodução de espécies de flora e/ou fauna, remoção ou modificação de alguma perturbação.

Além de um estudo minucioso da fauna e da flora, engenheiros, biólogos e outros profissionais envolvidos com o projeto, precisam pensar no tempo de execução dele, nas fases, uma vez que é um processo a longo prazo; nos custos; na disposição de sementes; nos fertilizantes empregados; preparo do solo, limitações e oportunidades, condições culturais, controle de espécies exóticas, etc.

As estratégias são diferentes para as áreas, conforme o grau de degradação delas, vai mudar o tamanho e a densidade de mudas plantadas, por exemplo. Mudas pequenas, não toleram muito estresse que as áreas mais degradas oferecem. Respeita-se as sucessões ecológicas, lembrando que se inicia por plantas pioneiras e que espécies climácicas requerem condições que áreas com alto grau de degradação ainda não podem dar.

Os organismos que compõem a biota possuem funções ecológicas que contribuem para a dinâmica do ecossistema: Produtores primários, herbívoros, mesopredadores, grandes carnívoros, dispersores de sementes, colonizadores, polinizadores, decompositores, fixadores de nitrogênio. Esses são grupos funcionais estudados, que podem ser restabelecidos na área que está sendo restaurada, para estabelecer o equilíbrio.

O meio abiótico presente pode ser terrestre (solo ou substrato), atmosférico, aquático; condições como clima, tempo seco, ou chuvoso, umidade; e relevo também precisa ser levados em consideração. Apesar da restauração geralmente remeter à comunidade de plantas (por possuírem maior biomassa) terrestres, há restauração de comunidades aquáticas, como em lagos, por exemplo.

Uma parte importante na estratégia de restauração é integrar a população local, mostrando o papel cultural e educacional que a área restaurada pode ter na vida dessas pessoas. É um conceito de Restauração cultural, comum em países desenvolvidos, que faz uma interação com atividades culturais, de forma que haja ações humanas que reforcem a sustentabilidade da área restaurada e da sua saúde.

Sabemos que a recuperação e o manejo deram certo, quando o ecossistema é capaz de se manter desenvolvido, sem subsídio e intervenção humana. Alguns atributos básicos, podem nos guiar, para uma restauração bem-sucedida:

Referências:

http://lerf.eco.br/img/publicacoes/2004_12%20Fundamentos%20de%20Restauracao.pdf

PRIMACK, Richard; RODRIGUES, Efraim. Biologia da Conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001

Eric S. Higgs 1997. What is Good Ecological Restoration? Conservation Biology 11(2):338

https://www.sobrestauracao.org/

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