A Virologia é um ramo da microbiologia que estuda os vírus e todas as suas propriedades. Os primeiros achados significativos envolvendo esta ciência ocorreram em 1892, com o cientista Dmitri Iwanowski, que observou que o organismo que causava a doença do mosaico do tabaco era muito pequeno e capaz de passar em qualquer filtro que era utilizado na época para deter bactérias, que eram os microrganismos conhecidos até então. Entretanto, ele não sabia que o microrganismo em questão se tratava de um vírus. Por volta da década de 1930, os cientistas começaram a usar o termo vírus, oriundo do latim “veneno”, para descrever esses agentes infecciosos. Somente em 1935, Wendell Stanley demostrou o organismo, chamado de vírus do mosaico do tabaco em inglês Tobacco mosaic vírus (TMV) que causava a doença e era diferente dos demais micróbios. Stanley demostrou a natureza química do TMV, cristalizando o vírus como um composto químico e observou que ele continuava infeccioso. A partir de 1940, com o desenvolvimento do microscópio, os microbiologistas puderam observar a estrutura viral em detalhe.
Os avanços e inclusões de novas técnicas moleculares permitiram a identificações de diversos vírus que infectam humanos, entre eles o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e o vírus da Hepatite C. Atualmente, muito se sabe sobre a estrutura, atividade e multiplicação de diversos vírus que infectam humanos, animais e plantas.
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, ou seja, eles necessitam da célula hospedeira para sua multiplicação. Esse fato ainda gera muitas questões sobre os vírus serem ou não seres vivos e por esse motivo, eles não se enquadram em nenhum dos reinos de classificação dos seres vivos. Eles possuem um único material genético, DNA ou RNA, possuem uma cobertura proteica, chamada capsídeo e multiplica-se dentro da célula hospedeira, utilizando a maquinaria de síntese das células. Existem diversos tipos de vírus que infectam humanos, animais e plantas. Em geral, eles são classificados de acordo com o tipo morfológico, com base na forma do seu capsídeo, envolvendo o ácido nucleico. De acordo com a morfologia eles podem ser: vírus helicoidais, vírus poliédricos, vírus envelopados e vírus complexos.
Entre as diversas doenças causadas por vírus estão: Câncer; Gripe; Raiva; Aids; Hepatites; Dengue; Febre amarela; Zika; Ebola; Sarampo; Caxumba; Rubéola, Mononucleose infecciosa; Varicela, Herpes, entre outras doenças virais.
A princípio, os vírus foram vistos apenas como agentes causadores de doenças, mas com o avanço da biologia molecular e estudos envolvendo diversos microrganismos, eles passaram a ser vistos e estudados por suas propriedades benéficas, muito uteis para diversas finalidades médicas como, por exemplo, na vacinação e na terapia genética. Outro ponto bastante especulado na utilização de propriedades virais para uso da medicina é a utilização de determinados vírus no tratamento do câncer, levando em conta que eles infectam naturalmente as células tumorais e outros podem ser alterados geneticamente para infectá-las. Diversos vírus estão associados com o desenvolvimento do câncer, e com isso o estudo dos vírus, seus mecanismos e os oncogenes foi amplificado e assim novas possibilidades, como utilizar esses agentes em um mecanismo reverso, como o tratamento da doença, surgiu.
Referência:
TORTORA, G.J., FUNKE, B.R., CASE, C.L. Microbiologia. -8. ed.-Porto Alegre: Artmed, 2005.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biologia/virologia/