Zoologia é a ciência que estuda a vida animal. O estudo dos animais analisa as diferentes características, estruturas, forma do corpo, desenvolvimento, crescimento, reprodução, locomoção, e sistemas (digestório, respiratório, circulatório, excretor, nervoso e etc.), além da ecologia (interação do organismo com o meio) e evolução (surgimento e desaparecimento ou resquício de alguma estrutura ou característica).
Os animais são seres pluricelulares, eucariontes e heterótrofos (ou heterotróficos), encontrados em todos os ambientes terrestres (solo, ar e água). Evolutivamente devem ter surgido a partir de protistas flagelados.
A maioria dos animais possuem órgãos de sentidos e sistema nervoso que lhes permitiram o desenvolvimento para buscar e coordenação dos movimentos para capturar o alimento. A locomoção também auxilia na dispersão dos animais, fugir de predadores e encontro de parceiros para a reprodução sexuada.
Para estudar os animais é necessário ter conhecimento da nomenclatura utilizada. Os termos mais comuns para as características encontradas nos animais são:
- Séssil: são os organismos que não realizam deslocamento (locomoção) por vontade própria, uma vez fixos no substrato ali permaneceram até que outra força os faça sair. Como por exemplo, um siri que coloca anêmonas na carapaça para evitar predadores. Ex.: ostras e corais.
- Simetria Radial (ou Radiada): quando o corpo do animal pode ser dividido em vários raios e em cada um deles serão encontrados as mesmas estruturas. Essa simetria é vantajosa para animais sésseis (fixos), pois permite o contato com o ambiente em diferentes direções. Ex.: anêmona-do-mar.
- Simetria Bilateral: o corpo é dividido em duas metades simétricas, apenas um raio. Este tipo de simetria facilita o movimento terrestre, aquático e aéreo. Ex.: homem.
- Seres Pluricelulares ou Multicelulares: são os organismos que possuem mais de uma célula na composição do corpo. Todos os animais são exemplos de organismos pluricelulares.
- Respiração Aeróbica: processo para a obtenção do oxigênio, participa do processo de oxidação dos alimentos para liberar a energia e posteriormente liberação do dióxido de carbono (gás carbônico).
- Reprodução Sexuada: quando há o encontro dos gametas feminino e masculino e posteriormente a sua fusão iniciando o desenvolvimento embrionário. Nesta reprodução não é necessário haver cópula (fecundação interna), podendo então, ser realizada no meio exterior (fecundação externa). Ex.: cavalo (fecundação interna), sapo (fecundação externa).
- Reprodução Assexuada: um único indivíduo gera dois seres idênticos ao genitor. Esta reprodução pode acontecer por brotamento, bipartição, gemulação, multiplicação vegetativa, esporulação, fragmentação e etc.
- Organismos Eucariontes: seres que apresentam carioteca, membrana que envolve e protege o material genético.
- Organismos Heterotróficos: organismos que não produzem seu próprio alimento, necessitando então, de capturá-lo para conseguir absorver a energia para manter os sistemas em funcionamento.
Classificação
A classificação na biologia geralmente utiliza o conceito de complexidade do animal, onde os mais primitivos ou aqueles com características basais são colocados no início da hierarquia e conforme vão surgindo novidades evolutivas ou organização celular irão complementando a organização.
Com o intuito de facilitar o estudo dos animais, é comum estes organismos serem agrupados em dois grupos gerais: Invertebrados e Vertebrados. Os Invertebrados são os animais que não possuem coluna vertebral dorsal. Enquanto os Vertebrados são os animais que apresentam a coluna vertebral dorsal, esta proteção é fundamental, pois envolve a medula que realiza a comunicação do encéfalo com as demais estruturas do corpo.
- Invertebrados: Poríferos, Cnidários, Platelmintos, Nematelmintos, Anelídeos, Moluscos, Artrópodes e Equinodermos.
- Vertebrados: Peixes, Anfíbios, Répteis, Aves e Mamíferos.
Outra forma de classificação utilizada é através do desenvolvimento embrionário. Os animais são agrupados de acordo com os seus folhetos embrionários, sendo: sem folhetos embrionários, diblásticos e triblásticos. Dentro do grupo dos triblásticos há a subdivisão em: acelomados, pseudocelomados e celomados.
- Sem folhetos embrionários: não possuem diferenciação tecidual. Ex.: Poríferos.
- Diblásticos: desenvolvem e diferenciam ectoderma e endoderma. Ex.: Cnidários.
- Triblásticos: desenvolvem ectoderma, mesoderma e endoderma.
- Acelomados: são considerados os organismos que só desenvolvem o arquêntero. Ex.: Platelmintos.
- Pseudocelomados: são os animais que possuem uma cavidade, mas ela é delimitada pela mesoderme e pela endoderme. Ex.: Nematelmintos.
- Celomados: organismos que apresentam durante o desenvolvimento embrionário uma cavidade revestida pela mesoderme. Ex.: Anelídeos, Moluscos, Artrópodes, Equinodermos e Vertebrados.
Evolução
Os primeiros invertebrados deveriam viver reclusos no meio aquático e não possuíam estruturas ósseas ou com componentes calcários, e provavelmente, por isso, foram encontrados poucos fósseis. Os fósseis mais antigos até hoje encontrados datam de 540 milhões de anos (Era Pré-Cambriana ou Eon Proterozóico) e se assemelhavam a cnidários com formas de penas, vermes e artrópodes sem as estruturas rígidas. Após a explosão do Período Cambriano, novas espécies surgiram, nesta época existem fósseis de ancestrais dos atuais moluscos e dos artrópodes.
A Era Cambriana foi dominada pelos trilobitas (invertebrados semelhante aos crustáceos), mas este grupo se extinguiu no final do mesmo período. No final do período Cambriano 85% das espécies desapareceram. As extinções em grandes proporções ocorrem geralmente por: alterações climáticas, modificação no nível dos mares, atividades vulcânicas ou pela queda de asteroides. E mais atualmente, está sendo acrescentado como fator causador de extinções atuação humana que diretamente e/ou indiretamente atuam nas mudanças climáticas.
Os artrópodes foram o primeiro grupo de invertebrados a dominar a terra, no Período Siluriano, cerca de 440 milhões de anos atrás. Neste período alguns vegetais já se encontravam estabelecidos no ambiente, permitindo a alimentação destes animais. A conquista do ambiente terrestre provocou o desenvolvimento de diferentes estruturas para adequação do novo tipo de vida (vida terrestre). As principais dificuldades encontradas por esses animais eram: controlar a desidratação, a necessidade de sustentar e locomover o corpo fora da água. Os problemas foram resolvidos ao desenvolverem o exoesqueleto, a internalização do processo respiratório e o surgimento das patas rígidas e articuladas.
Os primeiros vertebrados não apresentavam coluna vertebral, porém era encontrado uma notocorda (cordão gelatinoso) na mesma posição da coluna. O anfioxo, que se assemelha a um peixe, é um exemplar que pode ser encontrado em praias brasileiras. Posteriormente, com os vertebrados apresentando a coluna vertebral e o esqueleto interno (que não são encontrado nos invertebrados), conseguiram com maior facilidade resolver o problema de locomoção, pois os ossos servem de ponto de apoio aos músculos e permitem o movimento dos animais. Além disso, o sistema nervoso localizado dorsalmente e não ventralmente (como no invertebrados), o coração em posição ventral (e não dorsal como nos invertebrados) e a presença de cauda para a sustentação, atribuíram para o desenvolvimento deste grupo em qualquer ambiente.
Bibliografia:
LINHARES, Sergio. GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje. 11ª Edição – 3ª impressão, 2005.
STORER, Tracy I. USINGER, Robert L. STEBBINS, Robert C. NYBAKKEN, James W. Zoologia Geral. 6ª Edição, 1984.