Deserto

Mestre em Ecologia (UERJ, 2016)
Graduada em Ciências Biológicas (UFF, 2013)

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O bioma denominado deserto é encontrado em regiões de baixa umidade, onde existe uma grande variação na temperatura ao longo do dia, com pouca ou quase nenhuma precipitação ao longo do ano e o clima é predominantemente seco.

A vegetação geralmente é constituída por gramíneas e pequenos arbustos, sendo rala e espaçada, ocupando principalmente fendas do solo ou debaixo das rochas em que a pouca água disponível pode se acumular. A seleção natural fez com que as plantas mais resistentes sobrevivessem às limitações do deserto e com o tempo as plantas desenvolveram estratégias para se adaptar à escassez de água. Os cactos, por exemplo, apresentam sistemas de raízes superficiais, cobrindo uma grande área, para absorver a água das chuvas passageiras. Seu caule é capaz de armazenar água (parênquima aquífero) e fazer fotossíntese (CAM), as folhas com a evolução da espécie foram substituídas por espinhos para impedir uma transpiração excessiva pelos estômatos. Essas transformações nas plantas desérticas são conhecidas por xeromorfismo (forma adaptada para locais secos).

Cactos no deserto. Foto: JL Jahn / Shutterstock.com

A vegetação esparsa e o tipo de solo arenoso deste bioma terrestre que é o deserto contribuem para uma rápida perda radiativa de energia fazendo com que estes ambientes possam ser tornar extremamente frios durante a noite e extremamente quentes durante o dia.

A fauna dos desertos é limitada pelas condições extremas, sendo composta predominantemente por animais roedores (ratos-canguru e marmotas), répteis (cobras e lagartos), escorpiões e insetos. A maioria destes animais desenvolvem suas atividades no período noturno, quando as temperaturas são mais baixas, e durante o dia permanecem refugiados das temperaturas elevadas. Os camelos e os dromedários são mamíferos do deserto, podem passar até um mês sem beber água e vários dias sem se alimentarem, pois possuem a corcova que serve como reserva de gordura.

Os desertos podem ser subdivididos em quentes (principalmente tropicais e subtropicais) ou frios (principalmente de latitudes médias). Os biomas de deserto quentes são causados pela presença de ar seco e pela baixa precipitação a partir das células de alta pressão subtropicais. São áreas muito secas onde a vegetação varia de quase nenhuma até numerosos arbustos xerófilos, suculentos e na forma de espinheiros. Já os biomas de deserto frios tendem a ocorrer em latitudes médias e nestas regiões o deslocamento sazonal das células de alta pressão subtropicais tem influência pelo menos por seis meses do ano. As localidades no interior são secas devido à distância das fontes de umidade ou porque se encontram protegidas das chuvas por estarem perto de montanhas. A combinação destas duas possibilidades produz os desertos frios. No inverno ocorrem precipitações leves, podendo nevar. Os verões são quentes enquanto as noites tendem a ser mais frescas.

Paisagem característica de um deserto. Foto: Galyna Andrushko / Shutterstock.com

O processo conhecido como desertificação tem se expandido mundialmente nas margens de terras áridas e semiáridas e tem como principais causas as atividades agrícolas, como o sobrepastoreio, a erosão, controle inadequado da umidade do solo, salinização, o desmatamento e as mudanças climáticas atuais.

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Referências Bibliográficas:

AMABIS, José M. & MARTHO, Gilberto R. Grandes biomas do mundo (Sucessão ecológica e biomas, Cap. 17). In: Biologia das populações. 2 ed. (3º ano, Ensino Médio), Editora Moderna. 371 p.

CHRISTOPHERSON, Robert W. Biomas Terrestres. In: Geossistemas - 7.ed.: Uma Introdução à Geografia Física. Bookman Editora, 2012. 668-669 p. ISBN 9788540701069.

LIMA, Jorge Luiz (Org.). Os Biomas do Planeta < http://www.uff.br/prebio/biomas.htm>

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