O deserto de Gobi está localizado na Ásia Central, cercado por cadeias montanhosas, e abrange o sul da Mongólia e o norte da República Popular da China, com uma extensão territorial de 1.295.000 km². É considerado o quinto maior deserto do mundo e as temperaturas médias podem variar de -43°C a 38°C ao ano. É considerado para a Paleontologia como um dos mais importantes sítios paleontológicos do mundo, pois lá é onde os primeiros ovos de dinossauros foram encontrados além de fosseis intactos destes e de outros animais. O deserto também é conhecido pelas suas reservas de petróleo e depósitos de sal, que são pilares importantes atualmente para o desenvolvimento desta região.
O mundo Ocidental só teve conhecimento sobre esta região de Gobi no século XIII através das narrativas de Marco Polo em seu livro chamado “O livro das Maravilhas” onde descreveu sua viagem à China. Neste livro, Marco descreveu em detalhes como se dava a rota da seda, incluindo sua passagem pelo deserto de Gobi que fazia parte desta rota e também de outras caravanas.
Devido à vasta extensão territorial, também se encontram diferentes paisagens no deserto de Gobi, como zonas rochosas e regiões arenosas compostas por dunas e areia movediça. Na região também existem alguns oásis irrigados por fontes de água subterrâneas. Perto destes oásis habitam alguns grupos nômades que sobrevivem da criação de animais e da agricultura. A criação de gado é a atividade predominante praticada pelos pastores nômades que habitam o deserto de Gobi. Estes indivíduos montam no deserto uma espécie de tenda, chamada iurta, que é feita de pele de ovelha ou de camelo. São grupos pequenos com três a quatro pessoas por tenda que se estabelecem de tempos em tempos em diferentes regiões do deserto. Durante o verão, quando as temperaturas ficam mais elevadas, deslocam-se para o Norte a fim de fugirem da seca, dos insetos e do calor extremo. Quando o período do outono começa, eles costumam regressar para o sul.
A vegetação é composta de pequenos arbustos, moitas, vegetação rasteira (estepes) e halófitas (plantas adaptadas a ambientes salinos). Entre os animais que compõem a fauna do deserto de Gobi estão o camelo-bactriano (de duas corcovas, nativo da região das estepes da Ásia Central), asnos, gazelas, raposas e antílopes. O raro cavalo-de-przewalski (cavalos selvagens da Mongólia) também pode ser encontrado por lá. Estes cavalos antigamente eram comuns na região da Mongólia, porém se tornaram uma espécie ameaçada de extinção e a partir da década de 1970 somente podiam ser encontrados em zoológicos. Atualmente, cerca de 500 cavalos vivem soltos na região da Mongólia e da República Popular da China, graças a um projeto de reprodução da espécie em cativeiro e de reintrodução na natureza promovido pelos zoológicos com o apoio da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês).
Referências Bibliográficas:
BIOMANIA. Deserto de Gobi. <http://biomania.com.br/artigo/deserto-de-gobi>
BRASIL HIPISMO. Zoológico Americano hospeda casal de cavalos de przewalski, espécie selvagem das mais antigas do mundo (fonte Garden City Telegram). <http://www.brasilhipismo.com.br/tag/cavalo-de-przewalski>
CABÚS, Ligia. 2012. Os segredos do deserto de Gobi. <http://filosofiaimortal.blogspot.com.br/2012/10/os-segredos-do-deserto-de-gobi.html>
CHINA TRADE CENTER. 2009. Deserto de Gobi – Mongólia. <https://chinatradecenter.wordpress.com/2009/11/23/deserto-de-gobi-mongolia/>
FÉLIX, Fernando. 2006. Povos do Gobi. <http://www.audacia.org/cgi-bin/quickregister/scripts/redirect.cgi?redirect=EEuFlEykuVWReNMUkw>