O deserto de Negev, na península do Sinai, compõe grande porção da parte sul do atual território de Israel, sendo ainda palco de conflitos com o Estado da Palestina, antigo detentor dessas terras. As chuvas na região norte da península têm em média cerca de 700 milímetros, mas na maior parte desse território e, particularmente no sul (o Negev), as chuvas são escassas (25-200 milímetros), com anos em que nenhuma chuva cai e a precipitação total raramente excede 150 milímetros.
As temperaturas na maior parte desses territórios são amenas (temperaturas no verão em média 32°C ou menos; temperaturas no inverno em média 9°C ou mais). O Vale do Rift Sírio-Africano, que contém o Mar Morto e o Deserto do Negev, inclui áreas que experimentam temperaturas extremamente altas (a temperatura média mensal de julho no Mar Morto é de 39°C; e uma temperatura de 47°C foi registrada perto de Eilat em julho de 1996).
O Negev é uma extensão do deserto da Arábia Ocidental, que carece de árvores devido à precipitação esparsa e imprevisível. As plantas comuns são Anabasis, Acacia, Aerva, Artemisia, Balanites, Calotropis, Fagonia, Haloxylon, Lycium, Panicum, Poa, Salvadora, Ziziphus e Zygoplyllum. No norte do Negev, ao longo da costa do Mediterrâneo, existem dunas de areia, mas à medida que o deserto continua, as dunas do sul dão lugar a planícies onduladas e colinas erodidas. No Negev central, existem montanhas áridas (2.000 km² de área) dissecadas por inúmeros vales. O Negev, ao sul, também é montanhoso. As montanhas de cores surpreendentes são compostas por rochas ígneas de vários tons escuros, revestidas por arenitos multicoloridos. Mais ao sul do Negev, no vale do Arava (que faz parte do Vale do Rift Sírio-Africano), as dunas de areia são comuns.
Como a região é uma terra antiga que sustentou civilizações significativas por muitos milênios, a maioria dos habitats naturais do país foi destruída há muito tempo. Nos últimos anos, houve tentativas de reflorestamento (principalmente com pinheiros introduzidos) e aumento dos níveis de atividade agrícola.
As terras áridas de Israel são bastante desprovidas de fauna. Os mamíferos são os ouriços (Hemiechinus auritus), roedores como o Eliomys melanurus, Gerbillus pyramidum e Meriones tristrami, ratos-toupeiras (Spalax ehrenbergi), camundongos espinhosos (Acomys russatus), porcos-espinho (Hystrix africaea e Hystrix africaeaustry) gazelas de Dorcas (Gazella dorcas), íbex (Capra nubiana), hienas-riscadas (Hyaena hyaena), raposas de Ruepell (Vulpes rueppelli), caracais ou linces-do-deserto (Caracal caracal) e gatos selvagens (Felis sylvestris). Os pássaros incluem, entre outros, os tagarelas (Turdoides squamiceps), aves de trigo (Oenanthe leucopyga), perdizes do deserto (Ammoperdix heyé) e abutres (Aegypius tracheliotus). Os répteis incluem os lagartos Agama stellio. Ophisops elegans, Acanthodactylus pardalis, Eremias olivieri, Uromastix aegypti, as lagartixas Tropiocolates studneri e Agama sinaita, as víboras venenosas (Cerastes cerastes) e as víboras-áspides (Aspis vipera). Existe até um anfíbio, o sapo verde (Bufo viridis), que vive nas áreas mais úmidas do deserto.
Um dos atrativos mais procurados no deserto de Negev é o Timna Park, localizado no vale em formato de ferradura. As rochas formam belíssimas esculturas, que variam entre o bege e o vermelho, nas formas e tamanhos mais diversos possíveis. É um cenário surpreendente de se ver.
Desertos como o de Negev se formam devido a grandes barreiras montanhosas que impedem a chegada de nuvens úmidas nas áreas a sotavento (ou seja, protegidas do vento, que traz a umidade). À medida que o ar sobe a montanha, a água se precipita e o ar perde seu conteúdo úmido. Assim, um deserto se forma do lado oposto. Um outro exemplo é o deserto do Vale da Morte, nos Estados Unidos, que é formado por ventos Chinooks, que formam uma zona de sombra de chuva no local.
Parece piada, mas no deserto há placas alerto para risco de afogamento. Em muitos desertos, a água não é absorvida pelo solo durante chuvas. Em uma tempestade repentina, a água pode percorrer a terra seca e dura, juntando areia, pedras e outros materiais soltos, à medida que flui, podendo arrastar tudo pelo caminho.
Fontes:
GUEDES, Maria Helena. Oásis do Deserto. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=sRByDwAAQBAJ&pg=PA33&dq=%22deserto+de+negev%22&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjx5dnP25fmAhXNH7kGHXq-B3QQ6AEIOTAC#v=onepage&q=%22deserto%20de%20negev%22&f=false>. Acesso em: 04/12/2019.
LUHR, James F. Earth. Londres: Dorling Kindersley Limited, 2009.
MARES, Michael A. Encyclopedia of Deserts. Norman: University of Oklahoma Press, 1999.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/biomas/deserto-de-negev/