O bioma denominado deserto é encontrado em regiões de baixa umidade, onde existe uma grande variação na temperatura ao longo do dia, com pouca ou quase nenhuma precipitação ao longo do ano e o clima é predominantemente seco.
A vegetação geralmente é constituída por gramíneas e pequenos arbustos, sendo rala e espaçada, ocupando principalmente fendas do solo ou debaixo das rochas em que a pouca água disponível pode se acumular. A seleção natural fez com que as plantas mais resistentes sobrevivessem às limitações do deserto e com o tempo as plantas desenvolveram estratégias para se adaptar à escassez de água. Os cactos, por exemplo, apresentam sistemas de raízes superficiais, cobrindo uma grande área, para absorver a água das chuvas passageiras. Seu caule é capaz de armazenar água (parênquima aquífero) e fazer fotossíntese (CAM), as folhas com a evolução da espécie foram substituídas por espinhos para impedir uma transpiração excessiva pelos estômatos. Essas transformações nas plantas desérticas são conhecidas por xeromorfismo (forma adaptada para locais secos).
A vegetação esparsa e o tipo de solo arenoso deste bioma terrestre que é o deserto contribuem para uma rápida perda radiativa de energia fazendo com que estes ambientes possam ser tornar extremamente frios durante a noite e extremamente quentes durante o dia.
A fauna dos desertos é limitada pelas condições extremas, sendo composta predominantemente por animais roedores (ratos-canguru e marmotas), répteis (cobras e lagartos), escorpiões e insetos. A maioria destes animais desenvolvem suas atividades no período noturno, quando as temperaturas são mais baixas, e durante o dia permanecem refugiados das temperaturas elevadas. Os camelos e os dromedários são mamíferos do deserto, podem passar até um mês sem beber água e vários dias sem se alimentarem, pois possuem a corcova que serve como reserva de gordura.
Os desertos podem ser subdivididos em quentes (principalmente tropicais e subtropicais) ou frios (principalmente de latitudes médias). Os biomas de deserto quentes são causados pela presença de ar seco e pela baixa precipitação a partir das células de alta pressão subtropicais. São áreas muito secas onde a vegetação varia de quase nenhuma até numerosos arbustos xerófilos, suculentos e na forma de espinheiros. Já os biomas de deserto frios tendem a ocorrer em latitudes médias e nestas regiões o deslocamento sazonal das células de alta pressão subtropicais tem influência pelo menos por seis meses do ano. As localidades no interior são secas devido à distância das fontes de umidade ou porque se encontram protegidas das chuvas por estarem perto de montanhas. A combinação destas duas possibilidades produz os desertos frios. No inverno ocorrem precipitações leves, podendo nevar. Os verões são quentes enquanto as noites tendem a ser mais frescas.
O processo conhecido como desertificação tem se expandido mundialmente nas margens de terras áridas e semiáridas e tem como principais causas as atividades agrícolas, como o sobrepastoreio, a erosão, controle inadequado da umidade do solo, salinização, o desmatamento e as mudanças climáticas atuais.
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Referências Bibliográficas:
AMABIS, José M. & MARTHO, Gilberto R. Grandes biomas do mundo (Sucessão ecológica e biomas, Cap. 17). In: Biologia das populações. 2 ed. (3º ano, Ensino Médio), Editora Moderna. 371 p.
CHRISTOPHERSON, Robert W. Biomas Terrestres. In: Geossistemas - 7.ed.: Uma Introdução à Geografia Física. Bookman Editora, 2012. 668-669 p. ISBN 9788540701069.
LIMA, Jorge Luiz (Org.). Os Biomas do Planeta < http://www.uff.br/prebio/biomas.htm>