Restinga

Por Monik da Silveira Suçuarana

Mestre em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais (UFAC, 2015)
Graduada em Ciências Biológicas (UFAC, 2011)

Categorias: Biomas
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Em ecologia, o termo Restinga é utilizado para definir diferentes formações vegetais que se estabelecem sobre solos arenosos na região da planície costeira. Esses ecossistemas são determinados fisicamente pelas condições edáficas (solo arenoso) e pela influência do mar e estão distribuídos ao longo do litoral brasileiro e por várias partes do mundo.

Mata de restinga. Foto: Frank L Junior / Shutterstock.com

As restingas começaram a se formar há milhares de anos pelo recuo do nível do mar, direcionando grande quantidade de areia das plataformas continentais em direção à praia, com isso houve formação das planícies arenosas. Durante o Quaternário as variações no nível do mar ocorreram no mínimo três vezes, expondo e cobrindo áreas litorâneas que hoje formam as restingas.

A vegetação das restingas é influenciada por alguns fatores abióticos, entre os quais se destacam a topografia do terreno, que pode apresentar faixas de elevações (cordões arenosos) e faixas de depressões (entre-cordões) dependendo dos processos de deposição e remoção de materiais nessas regiões; a influência marinha, que diminui à medida que se avança para o interior e o solo, um importante condicionador e fator limitante da distribuição de formações florísticas. Essas condições ambientais determinam as diferentes fisionomias vegetais da restinga.

As principais fisionomias das áreas mais secas são:

Área de restinga em uma praia. Foto: Lucas Martins / InfoEscola

Nas áreas entre cordões, que são mais baixas e sujeitas a alagamentos, ocorre a Floresta Alta Alagada de Restinga e a Floresta Paludosa, onde predominam espécies vegetais mais adaptadas ás condições de alagamento como a Caixeta (Tabebuia cassinoides) e o Guanandi (Calophyllum brasiliense).

A fauna é bastante rica. Muitas aves migratórias utilizam as restingas como locais de alimentação e descanso. Destacam-se o papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis), a coruja buraqueira (Spyotito cunicularia) e o formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis), ave endêmica de áreas restingas. Mamíferos como o mico-leão-caiçara (Leontopithecus caissara), queixada (Tayassu pecari) e lontra (Lontra longicaudis) também ocorrem. O maria-farinha é um caranguejo comum nas praias arenosas e cava suas tocas acima da área de maré. As tartarugas marinhas utilizam as restingas como locais de desova.

A restinga é um ambiente bastante prejudicado pela expansão urbana, que tem transformado extensas matas de restinga em áreas urbanas horizontais. Várias espécies da fauna e flora da restinga brasileira estão em extinção, por isso atualmente a conservação dos remanescentes existentes é prioritária.

Referências:
Azevedo, N.H.; Martini, A.M.Z.; Oliveira, A.A.; Scarpa, D.L.; PETROBRAS: USP, IB, LabTrop/BioIn (org.). Ecologia na restinga: uma sequência didática argumentativa. 1ed. São Paulo: Edição dos autores, Janeiro de 2014. 140p.

http://www.meioambiente.pr.gov.br/arquivos/File/cobf/V1_Restinga.pdf

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