Como atualmente tem se vinculado à mídia de forma mais efusiva, o etanol presente nas bebidas alcoólicas é uma droga, que pode ser tão perigosa ao organismo quanto qualquer outra. A atuação desta substância nas sinapses cerebrais provoca o que chamamos de embriaguez, que se trata da lentidão dos reflexos mentais e motores do indivíduo, reduzindo assim drasticamente a sua capacidade de tomar decisões. Com a ingestão de doses um pouco mais elevadas, o fígado fica prejudicado, o indivíduo passa a sentir náuseas e vomitar, precisando de atendimento médico. A rota metabólica final do etanol no organismo está associada ao sintoma de depressão (apesar de inicialmente o etanol trazer uma sensação de euforia, o aumento de sua concentração na corrente sanguínea leva à depressão), podendo então ser seguida do coma e finalmente da morte.
Na molécula de etanol está a resposta para sua alta absorção pelo organismo. Trata-se de uma molécula pequena, polar (portando, hidrossolúvel), composta por dois átomos de carbono, seis de hidrogênio e um de oxigênio, conforme mostrado abaixo:
CH3-CH2-OH
Sendo que a presença do grupo químico (-OH), chamado de hidroxila, ligado a um carbono saturado (que faz apenas ligações simples) identifica a função orgânica conhecida por álcool, da qual a espécie etanol é a que está mais presente em nosso cotidiano, razão esta pela qual é muitas vezes chamada apenas de álcool.
Popularmente se comenta que o estado de embriaguez é mais lento, ou necessita de uma dosagem maior de bebida alcoólica, quando o estômago está cheio. Esse fato encontra uma sustentação científica no fato do etanol ser absorvido pelas paredes estomacais, o que é dificultoso quando o estômago já apresenta alimento em seu interior, reduzindo assim o contato entre a substância e suas paredes internas. Dessa forma, um estômago vazio pode absorver até seis vezes mais etanol do que um estômago cheio, ao se ingerir a mesma dose da bebida alcoólica.
O etanol é metabolizado no fígado, onde é convertido em gás carbônico (CO2) e água (H2O), forma pela qual o fígado o eliminará. Entretanto, quando sua dosagem é elevada, o fígado não é capaz de metabolizá-lo, o fazendo chegar à corrente sanguínea. Dessa forma então terão início os sintomas característicos de sua ingestão. O etanol, após a sua metabolização pelo fígado, é eliminado pela urina e pelo processo da respiração, o que permite a utilização de instrumentos como o bafômetro, que trazem uma noção do grau de ingestão alcoólica pelo indivíduo.
Referências:
RUSSELL, John B.; Química Geral vol.2, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.