O elemento químico cromo, de número atômico 24 e massa atômica 52, é um metal de transição, dúctil, maleável, condutor de temperatura e calor. Em 1798, descobriu-se que se podia isolar esse elemento aquecendo seu óxido em um forno a carvão. Após isso pôde detectar traços de crômio em pedras preciosas, como em rubis e esmeraldas. Denominou-se o elemento em quastão de cromo (do grego "chroma", que significa "cor") devido às múltiplas colorações que os compostos desse elemento podem apresentar. Até o final do século XIX, o cromo foi empregado principalmente como corante em pinturas, sendo que atualmente começou a ser utilizado como aditivo em aço em ligas metálicas.
Em um primeiro momento, pode-se considerar o cromo, quando em seu estado de oxidação +3, um elemento químico essencial ao metabolismo humano, mesmo que até o momento suas funções metabólicas não estejam completamente elucidadas. Até o momento nenhuma metalproteína com atividade biológica que contenha cromo foi encontrada. Suas funções parecem estar diretamente relacionadas à metabolização de lipídios e de carbiodratos, sendo também conhecidas outras funções biológicas do cromo no organismo humano.
Atualmente se tem observado que alguns dos complexos do cromo participam de uma espécie de potencialização da ação da insulina no organismo humano, sendo, assim, denominado em muitas literaturas de "fator de tolerância à glicose". Isso se deve à relação com a metabolização da insulina. Já a ausência de cromo no organismo causa intolerância à glicose e, dessa forma, está relacionado ao aparecimento de diversos distúrbios orgânicos. Assim, a sua deficiência nos seres humanos parace estar diretamente relacionada à ansiedade, fadiga e também alguns problemas de crescimento. Entretanto, o seu excesso também pode ser altamente prejudicial, “podendo causar dermatites, úlcera, problemas renais e hepáticos”1.
Os compostos de cromo em outros estados de oxidação, em particular aqueles +6, são muito oxidantes e, dessa forma, apresentem ação cancerígena no organismo, com altos riscos de câncer de pulmão e nasossinusal, destacando-se e potencializando-se seus efeitos em pessoas frequentemente expostas. Mas pode-se mencionar que até hoje não há casos comprovados dessa consequência devido à exposição somente ao cromo metálico elementar. Mas a absorção desse estado de oxidação é relativamente fácil. O sistema respiratório o absorve rapidamente, quando proveniente de soldagens ou aerossóis, podendo assim trazer efeitos adversos ao próprio sistema respiratório.
Dessa forma, salienta-se que os compostos de cromo no estado de oxidação +6 são tóxicos quando ingeridos, sendo a dose letal de apenas alguns gramas. Já em níveis não letais, o cromo(VI) (crômio hexavalente) é altamente carcinógeno. “A Organização Mundial de Saúde” recomenda desde 1958 uma concentração máxima de 0.05 mg/litro de crômio(VI) na água de consumo. Este valor está sendo revisado, havendo novos estudos sobre os seus efeitos a saúde”1.
Referências:
1. ANDERSON, R. A. Chromium metabolism and its role in disease processes in man. Clin. Physiol. Biochem., Basel, v. 4, n. 1, p. 31-41, 1986.
RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.
SARDELLA, Antônio; MATEUS, Edegar; Curso de Química: química geral, Ed. Ática, São Paulo/SP – 1995.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/bioquimica/atuacao-biologica-do-cromo/