Basicamente, a densidade de uma substância pode ser definida como o quociente entre a sua massa (medida em gramas) e o seu volume (medido em centímetros cúbicos no caso de sólidos e em mililitros no caso de líquidos). Já o colesterol pode ser compreendido de modo não específico como um acúmulo metabólico de lipídios. A partir dessas definições, esse texto visa oferecer relações entre a densidade e o colesterol, partindo de um mesmo contexto fisiológico.
A densidade, o colesterol e os mais comuns problemas cardíacos estão associados de um modo que grande parte das pessoas desconhece.
As lipoproteínas, substâncias responsáveis pelo transporte do colesterol pela corrente sanguínea, podem ser separadas, teórica e experimentalmente, a partir de sua densidade. Dessa forma, podem ser classificadas em dois grupos distintos: um de alta densidade e outro de baixa densidade.
- Grupo de baixa densidade: as lipoproteínas de baixa densidade dão conhecidas a partir da sigla LDL, que deriva da língua inglesa: low-density lipoproteins. Cotidianamente se atribui a denominação de colesterol ruim a essa classe de proteínas, pois estas tendem a se acumular nas artérias e assim formar depósitos de colesterol em suas paredes, dificultando a passagem da corrente sanguínea por seu interior.
- Grupo de alta densidade: as lipoproteínas de alta densidade, ou seja, HDL (high-density lipoproteins), são cotidianamente conhecidas como o colesterol bom, o que se deve à sua função de transportar o colesterol diretamente ao fígado, onde o mesmo é metabolizado e excretado, de modo a se reduzir a quantidade de colesterol capaz de causar obstrução arterial.
Conforme pode ser observado na tabela abaixo, a diferença entre as densidades das proteínas constituintes do LDL e o HDL não é alta, mas o suficiente para determinar o destino metabólico dessas moléculas.
LDL |
HDL |
|
Densidade (g/cm3) |
1,04 |
1,13 |
Alguns problemas clínicos estão diretamente relacionados à diminuição do fluxo sanguíneo, o que pode ser causado pelo acúmulo de colesterol nas paredes das artérias. Entre eles estão o acidente vascular cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame, e o infarto do miocárdio, popularmente conhecido como ataque cardíaco.
Um AVC consiste em uma baixa irrigação sanguínea no cérebro, o que pode lesioná-lo de modo local ou completo. Um ataque cardíaco trata-se de uma baixa irrigação sanguínea em parte do músculo cardíaco, podendo provocar uma lesão leve ou grave de sua estrutura. Sintomas como alterações de consciência, paralisias leves e dores agudas no peito podem ser indícios de tais alterações fisiológicas importantes, associadas ao acúmulo de lipoproteínas no organismo.
Referências:
FELTRE, Ricardo; Fundamentos da Química, vol. Único, Ed. Moderna, São Paulo/SP – 1990.
RUSSELL, John B.; Química Geral vol.1, São Paulo: Pearson Education do Brasil, Makron Books, 1994.