A glicose é um carboidrato (açúcar) do tipo monossacarídeo. Ele é um dos mais importantes carboidratos, sendo usado como fonte de energia primária pela maior parte dos organismos, de bactérias ao ser humano, além de fazer parte de importantes vias metabólicas.
Sua cadeia apresenta 6 carbonos e contém um grupamento aldeído (–CHO), sendo sua fórmula geral C6H12O6. A molécula de glicose se apresenta em forma de cadeia aberta (acíclica) ou de anel (cíclica). Esse monossacarídeo pode existir em sua forma livre ou combinado com outros carboidratos. A glicose combinada com o monossacarídeo frutose forma o dissacarídeo chamado sacarose, já a combinação de glicose e galactose forma o dissacarídeo lactose presente no leite, enquanto duas moléculas de glicose combinadas formam a maltose. A combinação de várias moléculas de glicose ainda pode compor açúcares de cadeias longas chamados polissacarídeos. Esses polissacarídeos podem servir de reserva energética como é o caso do amido nas plantas e do glicogênio nos animais, ou ter função estrutural como é o caso do polissacarídeo celulose, com função de sustentação nos vegetais.
No metabolismo, a glicose é utilizada como fonte de energia através do processo de respiração celular, seja com ou sem a presença de oxigênio (respiração aeróbica e anaeróbica respectivamente), ou pelo processo de fermentação. Nos seres humanos, a respiração celular aeróbica fornece cerca de 3,75 kilocalorias (kcal) de energia alimentar por grama de glicose. Nesse processo, moléculas de glicose são degradadas em uma reação química que resulta em gás carbônico (CO2) e água (H2O) com liberação de energia, que será armazenada por moléculas chamadas de ATP (adenosina trifosfato) para ser posteriormente utilizada.
A regulação da glicose no corpo é feito pelo pâncreas, através da ação conjunta dos hormônios insulina e glucagon. A insulina é produzida pelas chamadas células-beta do pâncreas e é responsável pela diminuição dos níveis de glicose no sangue. Esse hormônio atua facilitando a absorção da glicose pelas células dos músculos esqueléticos, do fígado e do tecido adiposo. Nesses tecidos, a insulina ainda promove a união de moléculas de glicose para a formação de glicogênio, constituindo uma reserva energética. Já o glucagon é produzido pelas células-alfa do pâncreas e realiza o processo inverso a insulina, aumentando os níveis de glicose no sangue. Isso ocorre pela estimulação da quebra do glicogênio em moléculas de glicose.
Altos níveis de glicose no sangue a ponto deste açúcar ser eliminado na urina indica uma doença crônica conhecida como diabetes. Essa falta de controle da glicose está associada a uma deficiência de insulina. Há dois tipos principais de diabetes: tipo I ou diabetes juvenil, e tipo II ou diabetes tardia. Na diabetes tipo I a deficiência ocorre na produção de insulina, resultado de uma redução acentuada das células-beta do pâncreas. Ela se desenvolve antes dos 40 anos e seus portadores necessitam de injeções de insulina para controlar os níveis de glicose no sangue. Já na diabetes tipo II a deficiência se encontra na ação da insulina, com seus portadores apresentando níveis praticamente normais desse hormônio. O que ocorre é a redução no número de receptores de insulina na membrana das células musculares e adiposas, reduzindo sua capacidade de absorção da glicose. Este tipo geralmente acomete pessoas acima dos 40 anos e é decorrente de maus hábitos alimentares e de vida, podendo estar ligado ao sedentarismo e ao estresse.
Referências:
Amabis, J. M. & Martho, G. R. 2006. Fundamentos da Biologia Moderna: Volume único. 4ª Ed. Editora Moderna: São Paulo, 839 p.
Sites:
https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/compound/5793#section=Top
http://www.fao.org/docrep/006/Y5022E/y5022e04.htm