Quando os portugueses chegaram ao Brasil, no ano de 1500, os índios já viviam há muito tempo nestas terras. Um ponto equivocado que foi perpetuado por muitos anos na historiografia brasileira é de que os índios sempre foram pacíficos e nada fizeram para impedir o domínio português sobre suas terras. Ocorreram muitos acordos entre os indígenas e os portugueses, mas havia tribos que não se deixaram serem explorados e escravizados, nem terem suas terras tomadas e ocupadas pelos portugueses, mesmo estes últimos tendo maior poder de fogo e exército.
A partir do século XVI iniciaram-se os contatos entre os portugueses e os índios do interior de Minas, Bahia e Espírito Santo e uma dessas tribos que os portugueses entraram em contato foi a tribo dos Aimorés. Essa tribo de índios estava na região de Minas Gerais e Espírito Santo. Provavelmente era por isso que a pele desses nativos era clara, pois viviam mais pelas florestas onde o sol quase não penetrava com tanta intensidade. Era também índios altos e robustos.
A Guerra dos Aimorés pode ser descrita como um conflito que ocorreu entre os colonizadores e os indígenas, entre os anos de 1555 e 1673, durando, assim, 118 anos. Esse conflito teve início por conta das várias tentativas de escravizar as populações indígenas. Também foi o resultado das explorações feitas pelos bandeirantes pelo interior do Brasil à procura de ouro, prata e metais preciosos. Fernão de Sá, filho do Governador Geral do Brasil na época, Mem de Sá, era um desses exploradores e era o comandante das bandeiras pelo interior do Espírito Santo quando encontrou a tribo dos Aimorés. A tribo tinha hábitos nômades e se espalhava desde as bacias dos rios Jaguaripe e Paraguaçu aos atuais municípios de Ilhéus e Porto Seguro.
Houve uma série de batalhas e a primeira deles foi a chamada Batalha do Cricaré, na região da Capitania de Espírito Santo. O combate foi travado no ano de 1557 e tinha por objetivo livrar Vasco Fernandes Coutinho, donatário da Capitania do Espírito Santo, e seus homens, do risco de ataque dos nativos. Para a batalha, foram usadas seis embarcações que possuíam em torno de duzentos homens, que saíram de Porto Seguro indo na direção do Povoado do Cricaré, na capitania do Espírito Santo. A batalha não foi nada fácil: os índios estavam se defendendo em três fortificações. Após horas de conflito, os portugueses conseguiram derrubar duas das três fortificações, mas acabaram perdendo força e bateram em retirada. Fernão de Sá, o comandante, acabou sendo morto nessa batalha. Os aimorés venceram e as feitorias do bandeirantes foram destruídas por volta de 1558.
Referências Bibliográficas:
COSTA, Marcos. A História do Brasil para quem tem pressa. Rio de Janeiro: Valentina, 2016
DEL PRIORE, Mary, VENANCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1996.