A fibrilação atrial, também conhecida como fibrilação auricular, consiste em um tipo de arritmia cardíaca, na qual ocorrem movimentos irregulares dos átrios (ou aurículas), com as fibras musculares operando de forma independente, não havendo a contração muscular.
Ao passo que a idade avança, a prevalência desta alteração cardíaca aumenta, afetando mais de 10% dos indivíduos com díade superior a 70 anos e pacientes portadores de afecções cardíacas.
A velocidade do batimento cardíaco é gerida pela velocidade dos sinais elétricos oriundos de células especializadas encontradas no marcapasso natural do coração, o denominado nódulo sinoatrial (NS). Ao invés de um único estímulo elétrico, proveniente do NS localizado na parede do átrio direito, percorrer o átrio até alcançar o nódulo átrio-ventricular, diversos impulsos oriundos de ambos os átrios disputam para transpor o nódulo átrio-ventricular. Este último promove uma seleção desses impulsos, permitindo a passagem de somente alguns, ocasionando um ritmo irregular.
Determinadas patologias podem predispor ao aparecimento da fibrilação arterial, como é o caso da hipertensão, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, doença valvar cardíaca, doenças cardíacas congênitas, doença pulmonar crônica, hipertireoidismo, infecções e após procedimentos cirúrgicos cardíacos. Contudo, a fibrilação atrial pode surgir em indivíduo que não possuem nenhuma doença prévia. Nestas situações, pode estar associado ao uso de bebidas alcoólicas, drogas ou alterações nas concentrações nos eletrólitos sanguíneos. Em certos casos, a etiologia não é encontrada.
A fibrilação atrial pode ser de três tipos distintos:
- Tipo paroxístico: episódios de arritmia com resolução espontânea.
- Tipo persistente: que apresenta duração prolongada, mas que também apresenta resolução espontânea.
- Tipo permanente: neste caso, não há retorno ao ritmo normal.
A maior parte dos pacientes com fibrilação atrial não manifestam sintomas. A sintomatologia mais comum é uma sensação desconfortável de palpitações rápidas e irregulares. Esta condição leva à diminuição do enchimento do ventrículo esquerdo, causando uma redução da função cardíaca (débito cardíaco); contudo, não ocasiona parada cardíaca. Habitualmente, nesses casos, o ritmo cardíaco é irregular e rápido e pode resultar em desconforto, vertigem ou dispnéia.
Em certas situações, a fibrilação atrial pode levar à formação de coágulos no coração que se soltam, com consequente obstrução de artérias em diferentes partes do corpo, processo conhecido como embolização. Essa obstrução pode suscitar um acidente vascular cerebral (AVC) ou trombose nas pernas, rins, intestino ou braços.
O diagnóstico desta patologia pode ser feito por meio do exame físico, no qual o médico ausculta os batimentos cardíacos, sendo confirmado através de exames complementares, como:
- Eletrocardiograma: este exame registra os impulsos elétricos cardíacos através de eletrodos acoplados ao tórax e membros inferiores e superiores. Quando o paciente possui fibrilação atrial, os impulsos são irregulares e não é possível visualizar a onda P (impulso que representa a contração atrial).
- Holter de 24 horas: este consiste em um aparelho portátil que grava o eletrocardiograma por um período de 24 horas, sendo esta gravação analisada por um médico.
- Monitor de eventos (looper): este exame visa monitorar o ritmo cardíaco por períodos prolongados, por meio do uso de um aparelho que é acionado pelo paciente quando o mesmo apresenta algum sintoma.
- Teste ergométrico: útil na identificação da fibrilação atrial que tem etiologia em esforço físico.
O tratamento é feito com base em alguns pontos:
- Tratamento da etiologia, quando houver;
- Controle da frequência cardíaca;
- Restauração do ritmo normal
- Prevenção da formação de coágulos.
Existe a opção da ablação atrial, realizada quando o paciente não responde bem às outras formas de tratamento. Esta forma de tratamento consiste em aplicar energia de radiofrequência por meio de cateteres que cauterizam o tecido cardíaco adjacente às veias pulmonares no átrio esquerdo e em alguns outros locais. Esse procedimento resulta em uma cicatrização que impede a passagem do estímulo elétrico alterado das veias pulmonares para o átrio, evitando, deste modo, a fibrilação atrial.
Fontes:
http://saude.hsw.uol.com.br/fibrilacao-atrial.htm
http://www.arritmiacardiaca.com.br/p_entendendo05.php
http://www.hipertensaoarterial.com.br/fibrilacao.html
http://www.hu.ufsc.br/~cardiologia/docs/Fa1.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibrilação_auricular