Sabemos que a Terra gira em torno de si mesma (movimento de rotação) e que este movimento é o responsável pela formação dos dias e das noites já que, por conta deste giro, cada parte da Terra recebe uma intensidade diferente de luz do sol na medida em que a Terra vai girando. Esta diferenciação de dias e noites também é importante para a definição das horas em cada dia.
Porém, há um problema. Se cada parte do mundo está em um horário diferente, por conta da rotação da Terra, como estabelecer em que momento se muda o dia em cada parte do mundo já que, em dado momento, o avançar da hora fará com que algumas partes do mundo já tenham mudado de dia e outras ainda permaneçam no dia anterior?
Alguns viajantes costumavam ter problemas ao viajarem pelo mundo e perceberem que as suas anotações sobre os dias passados não batiam com a dos habitantes das regiões onde eles passavam. Para resolver esse impasse, era necessário criar uma linha imaginária (Linha Internacional de Data) para demarcar qual o dia em que cada parte do mundo está.
Só em 1884 é que houve uma convenção internacional, com representantes de vários países, na qual ficou estabelecida que a Linha Internacional de Data seria definida do antimeridiano de Greenwich, ou seja, no meridiano 180º que fica no lado exatamente oposto ao do meridiano 0º. O meridiano 180º corta o Oceano Pacífico em quase toda sua extensão. A linha chega a cortar um fuso horário, sendo que apesar de as áreas a leste e a oeste da linha, naquele fuso, estarem no mesmo horário, ambos passaram a estar em dias diferentes.
É importante notar que a linha internacional de data não é reta, pois apresenta alguns desvios em sua trajetória para evitar que um mesmo país possuísse dois dias diferentes ao mesmo tempo. Porém, não impediu distorções como países bem próximos estando ao mesmo tempo em dias distintos.
Com a demarcação da linha internacional de data é possível brincar de viajar no tempo, já que ao atravessar a linha do oeste para o leste, você estará se adiantando no tempo em um dia, enquanto que se você fizer o caminho inverso (do leste para o oeste) você ganhará um dia ao “voltar” ao dia anterior. Isso porém, não quer dizer que realmente o tempo seja diferente em ambos os locais, tratasse apenas de um convenção humana para facilitar as viagens e relações internacionais, não sendo um fenômeno natural.
É fácil percebermos esse fenômeno no dia 31 de Dezembro de cada ano, pois as emissoras de televisão e rádio costumam fazer a cobertura jornalística da virada do ano e ao longo do dia 31 no Brasil, vemos imagens e ouvimos os repórteres nos mostrando que em alguns locais do mundo já se estava no dia 01 de janeiro, ou seja, estavam “um dia” adiantados em relação ao nosso horário brasileiro.
Referências:
https://web.archive.org/web/20170628133021/http://www.revista.vestibular.uerj.br:80/questao/questao-objetiva.php?seq_questao=100