11º menor estado do Brasil em área, distribuído ao longo de 148.887,632 km², o Ceará apresenta uma formação geomorfológica relativamente simples. Na porção norte encontram-se as planícies. O centro é marcado pela depressão sertaneja, que domina boa parte do território. E em partes do seu entorno, porções planálticas surgem e diferenciam os terrenos da paisagem cearense.
A planície costeira abrange faixa estreita ao longo do litoral cearense, composta por planícies fluviomarinhas e campos de dunas. Essas, formadas pela ação dos ventos, estendem-se de 5 a 10 km em direção ao interior do continente, podendo chegar a mais de 30 metros de altura. Ao longo da costa surgem desembocaduras de rios que viabilizam o desenvolvimento de manguezais. Rios como Acaraú, Ceará, Cocó, Coreaú, Jaguaribe, Mundaú e Piranji são alguns dos que chegam ao litoral, garantindo a lodosidade do terreno junto às suas margens e servindo como hábitat de diversas espécies de seres vivos.
A suavidade da planície costeira cearense é por vezes rompida pela presença de tabuleiros do Grupo Barreiras com desníveis superiores a 25 metros, que formam grandes falésias ao longo da costa. Estas formações estão esculpidas sob rochas sedimentares e possuem topos planos, o que dificulta o processo erosivo em seus terrenos. Sua altitude varia entre 30 e 100 metros, podendo se elevar ainda mais em direção ao interior do estado. Seus solos espessos e arenosos deixam a fertilidade natural dos terrenos muito baixa.
Grande parte do território cearense é constituído pela Depressão Sertaneja. Tal formação se caracteriza pelas superfícies aplainadas, resultantes da ação erosiva sobre o relevo. Estas superfícies, marcadas por um embasamento ígneo-metamórfico do Pré-Cambriano e vastamente arrasadas, possuem cotas altimétricas baixas que ficam entre 40 e 550 metros. Os solos da região são rasos e pedregosos, variando no nível de fertilidade em razão da profundidade e de suas propriedades químicas. Em alguns pontos, é possível encontrar colinas e morros recobertos pela caatinga. Ao longo da depressão surgem pequenos montes rochosos isolados (inselbergs) com altitudes variáveis entre 50 e 500 metros. Suas rochas, mais resistentes ao intemperismo, possuem terrenos com maior fertilidade natural. É em meio à Depressão Sertaneja que está o ponto mais alto do estado, o Pico Serra Branca, na Serra do Olho d’Água, município de Catunda. A formação de 1154 metros de altitude é um dos maciços residuais dispersos pelo interior do Ceará.
Outras formações geomorfológicas importantes para o estado são as chapadas. A Chapada do Araripe, caracterizada por rochas sedimentares e pelo planalto elevado, tem seu flanco norte no território cearense e se estende por todo o sul do estado. Possui aproximadamente 180 km de comprimento com cotas altimétricas que chegam a 900 metros em alguns pontos. Por outro lado, a Chapada do Apodi, que marca a divisa do Ceará com o Rio Grande do Norte, se distingue pela altitude, que não ultrapassa os 250 metros. Delimitada pela Depressão Sertaneja e pelo vale do rio Jaguaribe, a unidade marca a transição entre a depressão e a Zona da Mata Cearense.
Por fim, planaltos compostos por rochas magmáticas e sedimentares, conhecidos como cuestas, constituem a divisa do Ceará com o Piauí. O principal deles, o Planalto de Ibiapaba (ou Chapada de Ibiapaba), se caracteriza por um conjunto de platôs, degraus litoestruturais e planaltos mais rebaixados, sustentados por rochas sedimentares. Sua altitude varia de 650 a 920 metros. Esta unidade se espalha pelo estado de norte a sul, mas tem seu caimento para oeste, o que constitui as escarpas íngremes com relevo bastante acidentado em direção ao Piauí. Estes acidentes formam vales onde se distribuem grandes cachoeiras.
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Referências bibliográficas:
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SANTOS, Patrícia Cardoso dos (et al.). Enciclopédia do Estudante: geografia do Brasil: aspectos físicos, econômicos e sociais. São Paulo: Moderna, 2008.