A ciência vem evoluindo ao longo dos anos e o uso de novas ferramentas, além de necessário se tornou extremamente útil para a obtenção de resultados que antes dessas ferramentas era bastante difícil, e uma dessas ferramentas é a bioinformática.
No ano de 1953, foi publicado na revista Nature um artigo importantíssimo para a história da ciência mundial. Esse artigo, publicado por James Watson e Francis Crick descrevia, pela primeira vez, como é a estrutura da molécula de DNA, uma dupla hélice espiralada. Além de essa publicação ser um marco científico ela foi um momento chave para a bioinformática, devido às ferramentas utilizadas na descoberta da estrutura da molécula. Na segunda metade da década de 90, com o aumento dos estudos sobre biologia molecular surgiram mais ferramentas para sequenciar o DNA automaticamente, o que acabava gerando uma enorme base de dados, além disso, havia uma necessidade de algo a mais para realizar as análises desses dados imensuráveis, e nesse contexto surgiu a bioinformática.
O desenvolvimento da bioinformática foi feito através da união de várias ciências e competências como a engenharia de software, a matemática, a estatística, a ciência da computação e a biologia molecular. A bioinformática abrange dois objetivos maiores. O primeiro é tentar solucionar hipóteses e questionamentos biológicos utilizando-se de ferramentas computacionais e o segundo e mais especifico é o de utilizar essa ferramenta para o planejamento e projeto de remédios utilizados por nós. Essas ferramentas computacionais, com o desenvolvimento de softwares e junção de vários ramos da ciência fez com que sequências enormes de DNA, ou estruturas das menores moléculas pudessem ser analisadas com precisão.
A bioinformática segue duas vertentes, a tradicional e a estrutural. A bioinformática tradicional procura resolver problemas relacionados à sequências de nucleotídeos e aminoácidos, já a bioinformática estrutural visa solucionar problemas utilizando um ponto de vista tridimensional, química computacional e modelagem molecular.
Sendo assim, a bioinformática tem fundamental importância no entendimento de processos biológicos principalmente à nível molecular, como estruturas das moléculas e simulação de processos. A bioinformática também foi bastante importante para estudos evolutivos, principalmente ao possibilitar o estudo da molécula de DNA à nível mais aprofundado. Sem a bioinformática os estudos moleculares estariam em um nível bem aquém do que estão hoje, uma vez que analisar bancos de dados à níveis moleculares sem um conjunto de ferramentas e conhecimentos específicos proporcionados pela bioinformática seria humanamente impossível. A expansão de conhecimento que a bioinformática proporcionou desde seu surgimento é imensurável.
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Referências:
Prosdocimi, F. et al. (2002). Bioinformática: manual do usuário. Biotecnologia Ciência & Desenvolvimento, 29, 12-25.
Verli, H. (2014). Bioinformática: da biologia à flexibilidade molecular.