Bachelard é considerado uma dos mais eminentes e contemporâneos Epistemólogos da Ciência, isto é, um estudioso a respeito da natureza do conhecimento científico. Gaston Bachelard nasceu em 1884 na França, na zona rural. Trabalhou no serviço postal francês durante algum tempo. Lecionou física durante muitos anos. Defendeu uma tese intitulada “Um Ensaio sobre o Conhecimento Aproximado”, em 1917. Morreu em Paris, em 1962.
Bachelard é caracterizado como quem não aceitava nada pronto e acabado em termos científicos. “As discussões sobre como o conhecimento científico se desenvolve desencadeiam inúmeras interpretações. Gaston Bachelard (1884-1962), epistemólogo e educador, critica aquelas que adotam uma única posição filosófica, seja na ênfase ao empirismo, ao racionalismo, ou outras doutrinas, para toda a evolução do pensamento científico. Ele admite a existência de uma característica filosófica dialética e plural conferida às etapas históricas da ciência, dando relevância à complementaridade e dinâmica de doutrinas filosóficas no avançar científico”1.
Bachelard apresenta como um de seus principais conceitos o Espectro Epistemológico, segundo o qual a ciência oscila dentro de um espectro. Segundo o mesmo, o Racionalismo Aplicado e o Materialismo Técnico podem oscilar em dois caminhos distintos. No primeiro, estão o Formalismo, o Convencionalismo e o Idealismo (ingênuo). No segundo, apresenta-se o Positivismo, o Empirismo e o Realismo.
- Idealismo: Existência apenas no domínio das idéias.
- Convencionalismo: Os pensamentos são organizados em linguagem matemática.
- Formalismo: Se interpreta o conhecimento racional como uma simples montagem de fórmulas dispostas a informar experiências.
- Racionalismo Aplicado: O fenômeno ordenado é mais rico do que o fenômeno natural.
- Materialismo Técnico: Uma realidade é mediada pela técnica.
- Positivismo: Dados por meio dos sentidos, são a fonte principal do conhecimento. Destaca-se sempre a experimentação.
- Empirismo: Todos os conceitos devem ser derivados da experiência.
- Realismo: Argumenta que há uma realidade externa ao homem.
Dessa forma, a ciência pode evoluir quando se considera sempre a possibilidade de existência de um conhecimento mais profundo em relação ao que se aborda. “Quando se procuram as condições psicológicas do progresso da ciência, logo se chega à convicção de que é em termos de obstáculos que o problema do conhecimento científico deve ser colocado. E não se trata de considerar obstáculos externos, como a complexidade e a fugacidade dos fenômenos, nem de incriminar a fragilidade dos sentidos e do espírito humano: é no âmago do próprio ato de conhecer que aparecem, por uma espécie de imperativo funcional, lentidões e conflitos”2.
Referências:
1. http://www.filoczar.com.br/