Thomas Kuhn nasceu em 1922 em Ohio, e fez doutorado em Harward, onde mais tarde também lecionou. Logo mudou seu interesse da Física para a Filosofia da Ciência. Morreu em 1996. Entre seus conceitos principais, pode-se citar o paradigma, a ciência normal, a revolução científica e a incomensurabilidade.
“O estudo de Thomas Kuhn, A estrutura das Revoluções Científicas, é o texto que trouxe à tona o uso do conceito de paradigma nos anos 1970/80, aplicado à história do fazer científico. Um primeiro aspecto que chama a atenção é o fato do autor dirigir sua análise sob a perspectiva de que a visão paradigmática tenciona orientar a quem se prepara para ingressar na atividade científica. Diz explicitamente que ‘o estudo dos paradigmas [...] é o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde’, p. 31”1.
De acordo com Thomas Kuhn, a ciência, quando madura, deve ser regida por um único paradigma, que seria um conjunto de informações que mostrariam o que fazer e quais leis seguir. Desse modo, existe um critério de demarcação entre o conhecimento considerado científico e aquele não considerado. O primeiro seria regido por um único paradigma, enquanto que o segundo ainda estaria sob vários paradigmas.
Para Kuhn, um paradigma deve estar sempre apoiado a embasamentos experimentais, e não apenas teóricos. No entanto, quando um paradigma mostra-se incapaz de explicar a uma série de dados observacionais, entra em crise, e pode ceder lugar a um novo paradigma: a revolução científica então ocorre, e, de acordo com Kuhn, é por meio apenas de revoluções que a ciência pode progredir. A ciência então precisa de longos períodos de ciência normal, mas também necessita de revoluções, geradas por crises, para avançar.
“Kuhn observa um conjunto de fenômenos que conforma os candidatos a pesquisadores à formação de uma falsa idéia de linearidade da evolução de seu respectivo campo especializado, que funcionaria como um fundo não dialetizado do saber daquele domínio dando-lhe certeza do perfil do conhecimento mais correto. Com isso, forma-se a crença nesse saber que, sendo seguido como verdadeiro, levará imediatamente a uma resistência às mudanças. Quando tais certezas vêm a se embaralhar e as explicações para os fenômenos começam a ser contraditadas, ou quando outras explicações são apresentadas em eventos científicos com tendência à aceitação e quando as práticas de laboratório seguem principalmente teorias mais recentes e adotam outros procedimentos metodológicos, produzindo resultados científicos mais facilmente aceitos, está instalado outro paradigma”1.
Referências:
1. http://www.sul-sc.com.br/afolha/pag/thomas_Kuhn.htm
MOREIRA, Marco Antônio; MASSONI, Neusa Teresinha; Epistemologias do Século XX, EPU, São Paulo, 2011.
KUHN, T. S.; The Structure of Scientific Revolutions, University of Chicago Press, Chicago, 1962.