Evolução da ciência em Kuhn

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Ciências
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Thomas Kuhn nasceu em 1922 em Ohio, e fez doutorado em Harward, onde mais tarde também lecionou. Logo mudou seu interesse da Física para a Filosofia da Ciência. Morreu em 1996. Entre seus conceitos principais, pode-se citar o paradigma, a ciência normal, a revolução científica e a incomensurabilidade.

“O estudo de Thomas Kuhn, A estrutura das Revoluções Científicas, é o texto que trouxe à tona o uso do conceito de paradigma nos anos 1970/80, aplicado à história do fazer científico. Um primeiro aspecto que chama a atenção é o fato do autor dirigir sua análise sob a perspectiva de que a visão paradigmática tenciona orientar a quem se prepara para ingressar na atividade científica. Diz explicitamente que ‘o estudo dos paradigmas [...] é o que prepara basicamente o estudante para ser membro da comunidade científica na qual atuará mais tarde’, p. 31”1.

De acordo com Thomas Kuhn, a ciência, quando madura, deve ser regida por um único paradigma, que seria um conjunto de informações que mostrariam o que fazer e quais leis seguir. Desse modo, existe um critério de demarcação entre o conhecimento considerado científico e aquele não considerado. O primeiro seria regido por um único paradigma, enquanto que o segundo ainda estaria sob vários paradigmas.

Para Kuhn, um paradigma deve estar sempre apoiado a embasamentos experimentais, e não apenas teóricos. No entanto, quando um paradigma mostra-se incapaz de explicar a uma série de dados observacionais, entra em crise, e pode ceder lugar a um novo paradigma: a revolução científica então ocorre, e, de acordo com Kuhn, é por meio apenas de revoluções que a ciência pode progredir. A ciência então precisa de longos períodos de ciência normal, mas também necessita de revoluções, geradas por crises, para avançar.

“Kuhn observa um conjunto de fenômenos que conforma os candidatos a pesquisadores à formação de uma falsa idéia de linearidade da evolução de seu respectivo campo especializado, que funcionaria como um fundo não dialetizado do saber daquele domínio dando-lhe certeza do perfil do conhecimento mais correto. Com isso, forma-se a crença nesse saber que, sendo seguido como verdadeiro, levará imediatamente a uma resistência às mudanças. Quando tais certezas vêm a se embaralhar e as explicações para os fenômenos começam a ser contraditadas, ou quando outras explicações são apresentadas em eventos científicos com tendência à aceitação e quando as práticas de laboratório seguem principalmente teorias mais recentes e adotam outros procedimentos metodológicos, produzindo resultados científicos mais facilmente aceitos, está instalado outro paradigma”1.

Referências:
1. http://www.sul-sc.com.br/afolha/pag/thomas_Kuhn.htm
MOREIRA, Marco Antônio; MASSONI, Neusa Teresinha; Epistemologias do Século XX, EPU, São Paulo, 2011.
KUHN, T. S.; The Structure of Scientific Revolutions, University of Chicago Press, Chicago, 1962.

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