Mudança de paradigmas em Kuhn

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Ciências
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De acordo com Kuhn, um paradigma científico é a forma de se fazer ciência, ou seja, traz leis e conceitos implícitos do que se deve fazer e do que não se deve fazer. Este precisa sempre estar associado a embasamentos experimentais, e não apenas teóricos.

Quando um paradigma sofre de uma anomalia, isto é, problemas existentes e de difícil solução, e particularmente quando esta anomalia afeta as bases deste paradigma e resiste às tentativas de solução, há existência de uma crise. Os defensores do paradigma antigo perdem a confiança, e surge a necessidade de troca deste paradigma.

No entanto, a troca de paradigmas deve estar associada a quatro condições fundamentais:

  1. Deve existir insatisfações com o paradigma vigente, os quais podem ser visíveis pela falta de resultados.
  2. O novo paradigma deve ser inteligível.
  3. O novo paradigma deve também ser plausível, ou seja, capaz de resolver problemas e gerar novos resultados.
  4. Deve trazer a possibilidade de um programa de investigação frutífero.

De acordo com Kuhn, o conceito de paradígma é mais abrangente do que o de programa de pesquisa. O primeiro é sempre mais geral, mais ampla, e contém o segundo. Uma troca de paradígma carrega consigo também fatores sociais, políticos e pessoais, pois caso contrário não haverá a necessidade da substituição de um por outro.

No entanto, o conceito de crise científica para Kuhn gera uma crítica: a ciência avançam ais por evolução do que por revolução. “De outro lado, a perspectiva Kuhniana tende a ser drástica quanto à forma de ruptura que o novo paradigma provoca na comunidade científica. Para ele, ‘quando a comunidade científica repudia um antigo paradigma, renuncia simultaneamente à maioria dos livros e artigos que o corporificam, deixando de considerá-los como objeto adequado ao escrutínio científico’, p. 209. Isso, não quer dizer, naturalmente, que a ruptura se dá de imediato. No entanto, pode significar uma guinada de fato, especialmente se for olhado como Kuhn estabelece o conceito-síntese de paradigma. Sua concepção é a de que ‘um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em homens que partilham um paradigma’, p. 219”1.

Não pode haver critério único para se julgar um paradígma, pois programas de pesquisa rivais tendem a ser sempre incomensuráveis. E faz parte da evulução científica o seu conceito de monoparadigmática, uma vez que um único paradígma dará origem a outro melhor, no momento de uma revolução instaurada a partir de uma crise.

Referências:
1. http://www.sul-sc.com.br/afolha/pag/thomas_Kuhn.htm
MOREIRA, Marco Antônio; MASSONI, Neusa Teresinha; Epistemologias do Século XX, EPU, São Paulo, 2011.
KUHN, T. S.; The Structure of Scientific Revolutions, University of Chicago Press, Chicago, 1962.

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