Revolução Científica de Thomas Kuhn

Por André Luis Silva da Silva

Licenciatura Plena em Química (Universidade de Cruz Alta, 2004)
Mestrado em Química Inorgânica (Universidade Federal de Santa Maria, 2007)

Categorias: Ciências
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O conceito de paradigma científico de Kuhn é visto como um marco da história da epistemologia e da própria ciência. Em sua obra “A Estrutura das Revoluções Científicas”, de 1962, ele demarca o início de um período no qual se começou a questionar o que realmente é a ciência.

A atividade desorganizada e diversa que precede a formação da ciência torna-se eventualmente estruturada e dirigida quando a comunidade científica atém-se a um único paradigma. Um paradigma é composto de suposições teóricas gerais e de leis e técnicas para a sua aplicação adaptadas por uma comunidade científica específica. Os que trabalham dentro de um paradigma, seja ele a mecânica newtoniana, óptica de ondas, química analítica ou qualquer outro, praticam aquilo que Kuhn chama de ciência normal. Os cientistas normais articularão e desenvolverão o paradigma em sua tentativa de explicar e de acomodar o comportamento de alguns aspectos relevantes do mundo real, tais como relevados por meio dos resultados de experiências. Ao fazê-lo, experimentarão, inevitavelmente, dificuldade e encontrarão falsificações aparentes. Se dificuldades desse tipo fugirem ao controle, um estado de crise se manifestará. Uma crise é resolvida quando surge um paradigma inteiramente novo, que atrai a adesão de um número crescente de cientistas até que eventualmente o paradigma original, problemático, é abandonado.

A mudança descontínua constituí uma revolução científica. O novo paradigma, cheio de promessas e aparentemente não assediado por dificuldades supostamente insuperáveis, orienta agora a nova atividade científica normal até que também encontre problemas sérios e o resultado seja outra revolução.

Cada paradigma verá o mundo como composto de diferentes tipos de coisas. O paradigma aristotélico via o Universo dividido em dois reinos, a região sobre lunar, incorruptível e imutável, e a região terrestre, corruptível e mutável. Paradigmas posteriores viram o Universo todo como sendo composto dos mesmos tipos de substâncias materiais. Na química anterior a Lavoisier afirma-se que o mundo continha uma substância chamada flogísto, expulsa dos materiais quando queimados. O novo paradigma de Lavoisier implica que não havia semelhante coisa, ao passo que existe o gás oxigênio que desempenha um papel muito diferente na combustão. A teoria eletromagnética de Maxweel implicava um éter que ocupava o espaço todo, enquanto a recolocação radical de Einstein elimina o éter. A ciência deve conter em seu interior um meio de romper de um paradigma para um paradigma melhor. Esta é a função das revoluções (Kuhn, 1962). Todos os paradigmas serão inadequados, em alguma medida, no que se refere à sua correspondência com a natureza. Quando esta falta de correspondência se torna séria, isto é, quando aparece crise, a medida revolucionária de substituir todo um paradigma por outro torna-se essencial para o efetivo progresso da ciência.

Referências:
KUHN, T. S.; The Structure of Scientific Revolutions, University of Chicago Press, Chicago, 1962.

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