Filmes B

Por Emerson Santiago
Categorias: Cinema
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Recebe a denominação de "filme B" aquela obra cinematográfica que geralmente conta com um orçamento modesto, um grupo de atores inexperientes, um enredo em geral de terror ou ação, muitas vezes de qualidade medíocre ou duvidosa. Tais filmes, mesmo com sua qualidade nula vêm, desde o início dos anos 80 conquistando legiões de fãs que apreciam tais obras muitas vezes pelos motivos diferentes daqueles desejados pelo diretor em um primeiro instante.

A denominação "filme B" surgiu entre as décadas de 30 e 40 e possuía na verdade um sentido bastante diferente daquele consolidado atualmente. Originalmente, tais filmes eram produzidos pela unidade secundária dos estúdios maiores (MGM, Warner, Paramount, United Artists e RKO), e que na época, dividiam suas operações. A unidade A de cada um destes estúdios era dedicada à produção de filmes de prestígio e destaque, onde brilhavam os astros do momento. Por outro lado, as obras que saíam das unidades B não apresentavam grandes estrelas, não significando obrigatoriamente se tratarem de filmes de baixo custo orçamentário. Tal prática da dupla produção se inicia em meio à crise impulsionada pela quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929. Como os cinemas estavam perdendo expectadores, logo surgiu a ideia de oferecer aos cinéfilos a sessão dupla, onde poderiam assistir dois filmes pagando por apenas um bilhete.

As sessões duplas, assim, sempre exibiam primeiro um filme da unidade A dos estúdios e a seguir, outro da B, que invariavelmente era uma fita de faroeste, ficção científica ou horror. Tal combinação caiu em cheio no gosto do público, que retornou às salas de cinema, trazendo o retorno desejado aos grandes estúdios.

Esta era dos filmes B chega ao fim quando uma lei de 1948 obriga os estúdios a abrirem mão de suas salas de cinema (os estúdios tinham nas principais cidades seus próprios cinemas, onde exibiam suas fitas), provocando também o fim da prática da dupla sessão. Daí para frente, surgem inúmeros pequenos estúdios que se aventuram no mundo do cinema, produzindo filmes de baixo orçamento com atores de pouca experiência. É neste momento que surge o tipo de filme característico ligado ao termo "filme B", com enredos muitas vezes bizarros, como "Attack of the 50 ft. Woman" (no Brasil: A Mulher de 15 metros de altura), ou "Santa Claus Conquers the Martians" (no Brasil: Papai Noel Conquista os Marcianos) e ainda "The Brain that Wouldn't Die" (sem título equivalente no Brasil).

Mas, desde o início do culto aos filmes B, com seus defeitos, enredos fantásticos, mas cheios de furos, efeitos que mais parecem "defeitos" especiais, a figura do diretor Ed Wood Jr. é celebrada como um gênio peculiar. Aparentemente um cinéfilo apaixonado, mas sem real talento, ele produziu algumas das mais bizarras fitas da história de Hollywood, como por exemplo seu primeiro filme, "Glen or Glenda", de 1953 que trata do assunto tabu do travestismo, ou "The Violent Years", com uma história improvável de uma gangue de moças adolescentes cometendo todo o tipo de crimes, até mesmo o estupro (!) de um cidadão desavisado.

Bibliografia:
O que são filmes B?. Disponível em <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-sao-filmes-b>. Acesso em: 18 set. 2011.

BACKSTREET, Jack. Biography for Edward D. Wood Jr (em inglês). Disponível em <http://www.imdb.com/name/nm0000248/bio>. Acesso em: 18 set. 2011.

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