Este filme revela de forma genial os bastidores do universo fashion, particularmente os mecanismos que regem os editoriais de moda. Em O Diabo Veste Prada, inspirado na obra de Lauren Weisberger, o enredo gira em torno da arrogante Miranda Priestly, alterego da poderosa Anna Wintour, editora de moda da Revista Vogue americana.
* imagem meramente ilustrativa. | |
Editora: | Record |
Autora: | Lauren Weisberger |
ISBN: | 9788501068033 |
Ano: | 2006 |
Edição: | 11ª |
Número de páginas: | 410 |
Acabamento: | Brochura |
Na trama, Miranda, interpretada magistralmente por Meryl Streep, trabalha na Revista Runway, submetendo e humilhando suas funcionárias e todos que, no mundo da moda, a temem e se submetem a ela, uma vez que a editora parece comandar, de cima de seu trono Prét-à-Porter, os destinos de grifes e estilistas, do próprio mercado fashion.
Andrea, vivida por Anne Hathaway, é a jornalista recém-formada em busca de uma oportunidade de trabalho. Trazendo em sua bagagem inúmeras expectativas e um total desconhecimento da esfera da moda, ela vai para Nova York e, sem imaginar o que a aguarda, é contratada para atuar na Runway.
Todos torcem o nariz para ela, não só Miranda, mas suas próprias colegas, que a humilham da mesma forma como a chefe as despreza. Inicialmente Andrea se recusa a adotar os valores e a aparência daquelas que ela denomina de ‘saltinhos’, por seguirem rigorosamente os padrões da moda, incluindo sapatos com os saltos mais altos e finos.
A jornalista, que nunca se importou com a aparência e adota um estilo totalmente pessoal e despojado, como se desprezasse literalmente o figurino feminino, entra imediatamente em confronto com o novo ambiente, mas ao mesmo tempo decide encarar o desafio e, aos poucos, vai dominando seu trabalho.
Miranda, porém, não facilitará sua vida, nem mesmo sua 1ª assistente, Emily (Emily Blunt), que tenta desde o início sabotar sua tentativa de conseguir o emprego na revista e tenta ser uma clone da chefe em relação aos colegas de trabalho. Antes de Andrea, várias outras candidatas haviam experimentado permanecer como 2ª assistente, sem êxito algum. Ironicamente este cargo é visto internamente com desdém, mas é cobiçado por inúmeras profissionais.
Tanto Miranda quanto Emily transmitem a Andrea os piores encargos, mas gradualmente a garota vai conquistando a confiança da poderosa editora e transcendendo o potencial de Emily, mas a jornalista paga um alto preço por sua transformação em uma ‘saltinho’, cobrado sem demora por seu namorado e pelos antigos amigos.
Esta comédia, recheada de cenas engraçadas e picantes, levanta questões no mínimo interessantes. Afinal, Miranda é realmente uma líder diabólica, ou uma mulher forte, temperamental, assumindo tarefas normalmente destinadas aos homens, e que neles seriam vistas com naturalidade?
E Andrea, até que ponto ela pode assumir determinados valores e comportamentos impostos pelo convívio social sem distorcer sua própria personalidade? Como conciliar mundos tão distintos, uma vez que desejar vencer como profissional não é nenhum crime? Estas e outras indagações ganham um significado ainda maior quando se sabe que o filme é inspirado em uma história real, vivida pela própria autora de O Diabo Veste Prada quando ela trabalhou na Vogue sob as ordens da implacável Anna Wintour.
A direção segura e precisa de David Frankel, o figurino deslumbrante de Patrícia Field e a contagiante trilha sonora transformam este filme em uma das mais saborosas comédias desta década. Sem falar nas brilhantes atuações de Meryl e Anne, e na pequena participação da modelo Gisele Bündchem como a editora de uma revista de moda.
Fontes:
O Diabo Veste Prada – Direção: David Frankel – Elenco: Meryl Streep, Anne Hathaway e Emily Blunt – 2006 – EUA – 110 min.
http://www.cranik.com/critica_odiabovesteprada.html
http://br.cinema.yahoo.com/filme/13793
https://web.archive.org/web/20160704222659/http://www.65anosdecinema.pro.br:80/O_diabo_veste_Prada.htm?
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cinema/o-diabo-veste-prada/