Cloroplastos

Por Márcio Santos Aleixo

Bacharel em Ciências Biológicas (UNITAU, 2012)
Pós-graduação Lato Sensu em Perícia Criminal (Grupo Educacional Verbo Jurídico, 2014)

Categorias: Citologia
Faça os exercícios!
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

Os cloroplastos são organelas membranosas típicas dos vegetais, ocorrendo também em algas verdes, que possuem tamanho variável, mas, em regra, se tratam de organelas grandes. Eles possuem genoma próprio, ou seja, o material genético que existe dentro dos cloroplastos é diferente do material genético da célula em si. Por essa razão, acredita-se que, assim como as mitocôndrias, a origem dos cloroplastos tenha se dado por meio da endossimbiose.

Alga verde da espécie Euglena spirogyra. Observe a presença de cloroplastos, que conferem a coloração esverdeada à alga. Clique para ampliar. Foto: Lebendkulturen.de / Shutterstock.com

A teoria da endossimbiose diz que o surgimento de algumas organelas se deu com a instalação de uma célula procarionte no interior de algum tipo de célula eucarionte primitiva desempenhando algum papel importante no funcionamento dessa. Essa interação teria se tornado benéfica a ambos os organismos se perpetuando ao longo da história evolutiva.

Estrutura básica

Os cloroplastos podem se apresentar de diversas formas ou tamanhos, entretanto a configuração básica dessas estruturas é composta por uma membrana externa, uma membrana interna, pelo espaço intermembranoso, estroma e pelos tilacóides. A membrana externa separa a organela do meio intracelular e a membrana interna, por sua vez, delimita o espaço, de fato, funcional da organela, o seu interior. Essa área que surge entre as duas membranas é denominada espaço intermembranoso e o conjunto dessas três regiões é, comumente, chamado de envelope.

Essas membranas citadas no parágrafo anterior se tratam de membranas biológicas, dessa forma é importante destacar que elas exerçam algum tipo de controle na entrada e na saída de moléculas. No interior da membrana interna é formada uma região que contém muitas enzimas e proteínas responsáveis pelas reações químicas dos cloroplastos e diversas outras moléculas. Essa região é denominada estroma.

Em um cloroplasto maduro, o estroma é preenchido por diversas vesículas achatadas que são conhecidas como tilacóides, e é exatamente dentro desses discos que se encontram as moléculas de clorofila. Os tilacóides se organizam empilhados uns em cima dos outros como se fossem pilhas de moedas, sendo assim o conjunto dessas pilhas recebe o nome de grana. Embora sempre seja feita uma analogia à pilha de moedas, o nome grana nada tem a ver com dinheiro. Essa denominação se dá por ser o plural da palavra latina granum, que significa grão.

Função

Os vegetais, por mais complexos que sejam, são seres que não saem andando a procura de alimentos. Por causa disso, é necessária outra estratégia para a obtenção de nutrientes e energia. Alguns desses nutrientes e a água são obtidos por meio da raiz por estarem presentes no substrato em que o vegetal está. Entretanto, a energia é proveniente da glicose, e ela não está livre e presente no solo. Nesse sentido, a estratégia utilizada por esses organismos se baseia num processo denominado fotossíntese.

A fotossíntese é, grosso modo, uma reação química que ocorre nas células utilizando luz solar, gás carbônico e água resultando na produção de glicose e liberação de oxigênio. Esse processo é característico dos seres denominados autótrofos, ou seja, que “produzem” seu próprio alimento e só acontece devido ao cloroplasto.

Por fim, analisando os organismos vivos como um todo, pode-se notar a importância do cloroplasto. Veja bem, é por causa do pigmento presente nos cloroplastos que os vegetais conseguem sintetizar sua própria fonte de energia. Ao sintetizar esse nutriente orgânico – o açúcar - os vegetais se tornam a base da cadeia alimentar, sendo capazes de transferir energia aos demais níveis tróficos dessa teia composta por produtores, consumidores e decompositores.

Bibliografia:
Junqueira, L. C. & Carneiro, J. Biologia Celular e Molecular. 9ª Edição. Editora Guanabara Koogan. 338 páginas. 2012.

Lopes, S. Bio – Volume Único. 1ª Edição. São Paulo: Editora Saraiva. 606 páginas. 2004.

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!