Os eosinófilos, ou também conhecidos como acidófilos, são células do sistema imunológico responsáveis pela ação contra parasitas multicelulares e certas infecções nos vertebrados. Eles constituem uma pequena porcentagem (1-3%) dos leucócitos granulócitos circulantes de indivíduos normais sendo que em um adulto são encontrados entre 0 e 400 eosinófilos por milímetro cúbico de sangue. Tanto em parasitoses e casos de alergia há um aumento no número de eosinófilos, também chamado de eosinofilia.
Este tipo celular diferencia-se a partir de células precursoras da medula hematopoética e, quando totalmente diferenciadas, migram para o sangue. Uma vez na corrente sanguínea, os eosinófilos têm como principal destino os tecidos, o que faz que para cada eosinófilo encontrado na corrente sanguínea existam entre 100-1000 células nos diferentes tecidos.
Os eosinófilos possuem diâmetro médio de 10-15μm e são encontrados nas principais classes de vertebrados. Seu núcleo é geralmente bilobulado e apresenta cromatina condensada enquanto que seu citoplasma possui retículo endoplasmático, mitocôndrias e complexo de Golgi pouco desenvolvidos e uma grande quantidade de grânulos específicos que chegam a preencher cerca de um quinto do volume citoplasmático.
O eosinófilo recebe este nome devido a presença de granulações ovóides acidófilas que são coradas pela eosina e/ou outros corantes ácidos e foi utilizado pela primeira vez por Paul Ehrlich, em 1879. Essas granulações são maiores do que as encontradas nos neutrófilos e medem entre 0,5 e 1,5μm no seu maior eixo. Quando observados ao microscópio eletrônico de transmissão, encontramos no interior destes grânulos um cristalóide elétron-denso alongado rico em arginina denominado internum. O internum é circundado por uma matriz com menor elétron-densidade chamada extermun.
O cristalóide (internum) é constituído por uma proteína chamada proteína básica principal que é rica em resíduos de arginina, enquanto que na matriz do grânulo (externum) encontram-se a peroxidase eosinofílica, ribonucleases conhecidas como proteína catiônica dos eosinófilos e a neurotoxina derivada dos eosinófilos, além de outras proteínas com atividade enzimática, interleucinas e fatores de crescimento. As proteínas expressas pelos eosinófilos exercem atividade de defesa contra vermes, como, por exemplo, o Schistosoma mansoni, protozoários, bactérias e vírus.
Ao contrário dos neutrófilos, os eosinófilos não são células especializadas para a fagocitose de microrganismos, este tipo celular realiza a sua atividade defensiva liberando, de maneira seletiva, o conteúdo de seus grânulos para o meio extracelular e pela fagocitose e digestão de complexos antígenos-anticorpos.
Bibliografia
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