Estômatos

Pós-Doutorado Ciências Biológicas (UNESP, 2013)
Doutorado em Ciências Biológicas (UNESP, 2009)
Graduação em Ciências Biológicas (UNESP, 2005)

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Os estômatos são pequenas aberturas presentes na epiderme das plantas, e cada um deles é circundado por duas células-guarda, que modificam o seu formato para produzir a abertura e o fechamento dos poros. O termo estômato (do grego, “boca”) é usado convencionalmente para designar tanto o poro quanto as duas células-guarda.

Fotografia de estômatos em uma folha. Foto: Dimarion / Shutterstock.com

Fotografia de estômatos em uma folha. Foto: Dimarion / Shutterstock.com

Os estômatos, embora encontrados em todas as partes aéreas de uma planta, são mais abundantes nas folhas podendo estar presentes em ambos os lados, ou somente em um lado, que pode ser o superior ou, mais comumente, o inferior. Nas folhas de plantas hidrófitas que flutuam na superfície da água, pode haver estômatos somente na epiderme da face superior, enquanto que as folhas que se encontram submersas geralmente não apresentam estômatos. Em Pinus os estômatos localizam-se em depressões abaixo da superfície foliar. As folhas das xerófitas geralmente contêm maior número de estômatos do que aquelas de outras plantas. Provavelmente, esses estômatos numerosos permitem uma taxa mais elevada de trocas gasosas durante os períodos raros de suprimento favorável de água. Em muitas xerófitas, os estômatos estão afundados em depressões na superfície inferior da folha para dificultar a perda de água.

Na maioria das angiospermas, com exceção das monocotiledôneas, os estômatos encontram-se espalhados de forma aleatória na epiderme foliar enquanto nas monocotiledôneas, os estômatos são encontram-se dispostos em fileiras paralelas ao eixo maior da folha.

A densidade estomática (número de estômatos em uma área) pode variar entre 1000 e 100.000 por cm² de folha e é diferente entre as partes da folha. Embora os poros estomáticos contabilizarem apenas 1% da superfície foliar total, mais de 90% da água transpirada pelas plantas é perdida através deles.

Os estômatos abrem-se e fecham-se em resposta a sinais ambientais e fisiológicos, ajudando a planta a manter o balanço entre a perda de água e suas necessidades de oxigênio e gás carbônico. Quando uma planta está sujeita a altas temperaturas e a condições de seca, por exemplo, ela fecha os seus estômatos para conservar a água.

A abertura estomática ocorre quando solutos são ativamente acumulados nas células-guarda. Esse acúmulo de solutos causa um movimento osmótico de água para o interior das células-guarda, aumentando sua pressão de turgor em comparação às células epidérmicas vizinhas. O fechamento estomático ocorre por meio de um processo inverso.

Vários fatores podem provocar a abertura e o fechamento dos estômatos, entre eles podemos citar a quantidade de luz presente no ambiente. Geralmente os estômatos se abrem pela manhã, com o aumento da incidência solar na superfície da folha, e se fecham com a diminuição dos níveis luminosos. A maioria das espécies de plantas também respondem à concentração de gás carbônico, quanto maior a sua concentração, maiores as chances de ocorrer o fechamento estomático. A magnitude desta resposta varia muito de espécie para espécie e com o grau de estresse hídrico pelo qual a planta passou ou está passando. Muitas plantas de clima quente fecham seus estômatos regularmente ao meio-dia, aparentemente devido ao acúmulo interno de dióxido de carbono e à desidratação decorrente das taxas de transpiração superiores às taxas de absorção de água.

Bibliografia:
Ray F. Evert e Susan E. Eichhorn. Raven | Biologia vegetal, 8. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014

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