Leucócitos

Por Bruno Berger

Pós-Doutorado Ciências Biológicas (UNESP, 2013)
Doutorado em Ciências Biológicas (UNESP, 2009)
Graduação em Ciências Biológicas (UNESP, 2005)

Categorias: Citologia
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Os leucócitos, também conhecidos por glóbulos brancos, são células incolores de formato esférico que atuam na defesa do organismo agindo contra infecções, doenças, alergias, resfriados e em algumas ocasiões podem atacar os tecidos do próprio corpo, originando doenças autoimunes. Essas células vêm sendo estudadas no sangue de diversos vertebrados há cerca de 150 anos, existem relatos da observação de um grande número de células contendo grânulos citoplasmáticos refringentes no sangue e na medula óssea desde o final da primeira metade do século XIX.

Os leucócitos são produzidos na medula óssea ou em tecidos linfoides e permanecem circulando temporariamente no sangue onde frequentemente deixam os capilares sanguíneos e vênulas passando por entre as células endoteliais para penetrar no tecido conjuntivo adjacente por diapedese, onde muitos morrem por apoptose. Em um adulto, bilhões de leucócitos morrem diariamente e seus restos celulares são removidos pelos macrófagos.

Quando um vírus, uma bactéria, ou qualquer organismo estranho entra no corpo, ocorre uma resposta migratória onde os leucócitos são atraídos por substâncias originadas dos tecidos, do plasma sanguíneo, de outros leucócitos e dos microrganismos invasores para os locais onde existe uma maior concentração dos agentes quimiotáticos através de um processo conhecido por quimiotaxia.

Os leucócitos são classificados em dois grupos, os granulócitos e os agranulócitos.

Os granulócitos são classificados em eosinófilos, neutrófilos e basófilos e possuem núcleo de formato irregular apresentando no citoplasma grânulos primários (azurófilos) e grânulos específicos (secundários).

Os agranulócitos possuem núcleo regular, presença de grânulos azurófilos e ausência de grânulos específicos e são classificados em dois tipos, linfócitos e monócitos.

Em um hemograma, a modificação da porcentagem e morfologia do núcleo de leucócitos pode orientar ao diagnóstico de doenças infecciosas, inflamatórias, ou síndromes associadas ao sangue e imunidade. Em um adulto normal o número de leucócitos por microlitro (mm3) de sangue é de 4.500 a 11.500, O aumento de leucócitos no sangue é chamado de leucocitose e a diminuição, leucopenia.

A leucopenia geralmente ocorre em doenças relacionadas a falha da medula óssea - tumores e fibroses, doenças do fígado ou rim, doenças auto-imunes, presença de substâncias citotóxicas e exposição à radiação; enquanto que a leucocitose acontece em doenças infecciosas, doenças inflamatórias, leucemia e estresse.

O aumento no número de leucócitos neutrófilos indica a existência de atividade intensa contra infecções por bactérias, quando há uma elevação nas taxas de eosinófilos ou basófilos provavelmente o organismo está reagindo em defesa à alguma alergia ou infecção parasitária. Já as infecções bacterianas crônicas e por vírus são combatidas por um aumento no número de leucócitos agranulócitos, os linfócitos e monócitos.

Bibliografia:
Histologia básica I L.C.Junqueira e José Carneiro. - [12 . ed]. - Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Hernadez F Carvalho, Carla Beatriz Collares Buzato. Células: Uma abordagem multidisciplinar. Editora Manole, 2005

Abraham L. Kierszenbaum. Histologia e Biologia celular, Uma introdução à patologia. 3ª edição. Elsevier, 2012

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