Lipofuscina

Graduada em Medicina Veterinária (UFMS, 2009)

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A lipofuscina, também denominada pigmento lipofuscínico (palavra derivada do latim fuscus = marrom), é um pigmento amarelo citoplasmático que surge em diversas células do organismo, sendo que tende a tornar-se mais evidente em indivíduos velhos ou naqueles acometidos por doenças consumptivas. Por esse motivo, a liposfucina é considerada um pigmento de desgaste.

O pigmento é um complexo contendo lipídio. A microscopia eletrônica revela que a liposfucina possui uma estrutura amorfa, complexa e variável. Provavelmente representa resíduos não digeridos e não eliminados, que foram acumulados em alguma região do citoplasma celular. Autores acreditam que esse pigmento representa, na realidade, o “lixo celular”.

Atualmente sabe-se que a lipofuscina é formada a partir da peroxidação dos lipidios das membranas de organelas, especialmente das membranas de mitocôndrias. As moléculas de lípides peroxidados passam a se polimerizar e, ao passo que aumenta a polimerização, vão se tornando menos solúveis. Por fim, o material é envolvido por vacúolos fagossômicos permanecendo nessas estruturas, pois devido ao fato de ser insolúvel, não pode ser metabolizado.

As lipofuscinas são substâncias muito semelhantes aos “ceróides” que também são produzidos em consequência da peroxidação de membranas. Ambos os pigmentos são álcool-ácido-resistentes, coram-se pelos corantes de gordura e são fluorescentes quando observados à luz ultravioleta. Acredita-se que a vitamina E proteja as células contra o acúmulo de lipofuscinas, inibindo as reações de peroxidação. Assim se explica o acelerado aumento desse pigmento em indivíduos doentes com carência nutritiva ou em animais submetidos a dietas carentes não corrigidas pela vitamina E.

Os órgãos onde há o acúmulo de lipofuscina adquirem uma coloração parda. Em grande parte dos casos isso ocorre em indivíduos portadores de doenças caquetizantes ou muito idosos, cujos órgãos são atróficos. A alteração em questão recebe o nome de atrofia fosca.

Fontes:
http://anatpat.unicamp.br/nptdisplasiacort6.html
Patologia: Processos Gerais – Andrade Netto Brito Montenegro. Editora Atheneu. 3° edição.

Arquivado em: Citologia
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