Os neutrófilos, também conhecidos por leucócitos polimorfonucleares fazem parte do sistema imunológico. Por possuírem capacidade de fagocitose eles acabam sendo os principais responsáveis na defesa primária contra bactérias e fungos, constituindo cerca de 60 a 70% dos leucócitos circulantes. Os neutrófilos possuem vida média de 6 a 7 horas, podendo viver até 4 dias no tecido conjuntivo, onde, após desempenharem sua função de defesa, morrem por um processo chamado apoptose.
A quantidade aproximada de neutrófilos em um adulto é de 2.300 a 8.100 por mm³. O aumento no número de neutrófilos, a neutrofilia, geralmente indica uma infecção bacteriana. Há, porém, exemplos de neutrofilia benigna associada ao estresse, prática elevada de exercícios físicos, ou até mesmo ingestão de medicamentos à base de cortisona e epinefrina. A diminuição no número de neutrófilos por sua vez é conhecida por neutropenia e pode ser causada por infecção viral ou tratamento farmacológico prolongado.
Os neutrófilos possuem formato arredondado com diâmetro variável entre 10 e 14μm e possuem núcleos multilobados formados por dois a cinco lóbulos ligados entre si por pontes de cromatina; quando jovem, a célula apresenta um núcleo em forma de bastonete curvo.
Em indivíduos do sexo feminino o núcleo apresenta frequentemente uma pequena estrutura com formato de raquete chamado de cromatina sexual. Porção do núcleo é constituída por um cromossomo X heterocromático (condensado) que não transcreve seus genes.
O citoplasma dos neutrófilos apresenta grânulos azurófilos (primários) e específicos (secundários). Enquanto os grânulos primários possuem em sua composição a fosfatase ácida, elastase, colagenase, mieloperoxidase, lisozima, e proteínas antibacterianas catiônicas, os grânulos específicos contêm lisozima, fosfatase alcalina, colagenase, lactoferrina e proteínas básicas antibacterianas não enzimáticas, além de componentes para reposição de membrana e agentes que atuam na proteção celular contra agentes oxidantes.
Quando são observados ao microscópio eletrônico, os grânulos azurófilos são maiores e mais elétron-densos quando comparados aos grânulos específicos. Por ser uma célula em estágio tardio de diferenciação e realizar pouca síntese proteica, o citoplasma dos neutrófilos possui uma baixa quantidade de retículo endoplasmático granuloso, ribossomos livres e mitocôndrias, além de um complexo de Golgi pouco desenvolvido.
Os neutrófilos são produzidos na medula óssea por um processo de diferenciação celular chamado ganulocitopese, neste processo, que dura aproximadamente 11 dias, as células indiferenciadas, os mioloblastos, começam a sofrer modificações citoplasmáticas caracterizadas pela síntese e deposição de proteínas nos grânulos específicos e azurófilos.
Bibliografia:
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