Por Débora Carvalho Meldau
Os proteassomos, ou proteossomos, são complexos de diferentes proteases (multienzimas) que digerem proteínas marcadas para destruição através da união com a ubiquitina. A degradação de proteínas se faz necessária para que haja a remoção de excesso de enzimas e outras proteínas quando elas não exercem mais nenhuma função na célula, ou seja, quando se tornam inúteis. Outra função desta multienzima é a destruição de moléculas protéicas defeituosas e as proteínas codificadas por vírus, que seriam usadas para a produção de novos vírus. Sua atividade se dá sobre moléculas protéicas individualizadas, enquanto os lisossomos (vesículas com funções digestivas também) atuam sobre material introduzido na célula e em organelas.
Possuem formato de barril formado por quatro anéis sobrepostos. Cada extremidade do barril tem uma partícula reguladora, como se fosse uma tampa. Essa partícula tem ATPase e reconhece as proteínas ligadas a ubiquitina, sendo que esta marca as proteínas para a destruição. Isso ocorre quando uma molécula de ubiquitina se liga a um resíduo de lisina na proteína que irá sofrer degradação e outras moléculas de ubiquitina se prendem àquela primeira, dando origem à um complexo que é reconhecido pela partícula reguladora; a molécula protéica é desenrolada pela ATPase, utilizando energia do ATP, e introduzida no proteassomo, onde é quebrada em peptídeos com aproximadamente oito aminoácidos cada um. Esses peptídeos voltam para o citoplasma através de um mecanismo pouco elucidado. As moléculas de ubiquitina que participaram do processo são liberadas pelas partículas reguladoras, para serem novamente usadas.
Devido à suas propriedades, estudos realizados recentemente pela Divisão de Hematologia e Oncologia da Universidade da Carolina do Norte, têm demonstrado que os proteassomas podem ser importantes estruturas para a terapia de desenvolvimento de medicamentos no combate ao câncer. A substância conhecida como OS-341 possui alta afinidade e especificidade com o proteassomo, inibindo a ação desta substância, concentrando por sua vez, as proteínas danificadas dentro do citosol induzindo a morte celular (apoptose) de uma gama de diferentes células neoplásicas.
Fontes:
http://www.ufmt.br/bionet/atual/01.10.04/proteossoma.htm
http://www.nature.com/nrm/journal/v2/n3/fig_tab/nrm0301_179a_F1.html
Histologia Básica – Luiz C. Junqueira e José Carneiro. Editora Guanabara Koogan S.A. (10° Ed), 2004.