Proposta em meados do século XIX pelo botânico alemão Mathias Jakob Schleiden e pelo zoólogo também alemão Theodor Schwann, a Teoria Celular estabelece que a célula é a unidade fundamental da vida, sendo assim, que tudo o que se considera vivo é composto e estruturado por células, seja por trilhões delas ou por uma apenas.
A teoria celular se sustenta em três grandes pilares:
- “A vida existe somente nas células”: todos os seres vivos são compostos de células, ou seja, todas as reações do organismo dependem estritamente da atividade celular, e é através da célula que toda a energia necessária para o funcionamento do organismo é obtida, convertida, armazenada e aplicada.
- “As células provêm somente de células preexistentes”: uma célula se origina apenas da reprodução de outras células, havendo assim, a transmissão de material genético.
- “A célula é a unidade de reprodução e transmissão das características hereditárias.”: todos os caracteres genéticos são transmitidos de uma célula para outra no processo de reprodução.
A célula foi descoberta em 1669, pelo cientista inglês Robert Hooke, ao observar um pedaço de cortiça num microscópio de duas lentes. Hooke conseguiu visualizar pequenas cavidades na cortiça, nomeando tais cavidades de células, o que, na realidade, eram uma espécie de “esqueleto das células”, uma vez que cortiças são formadas por células mortas.
Em 1673, o microscopista Antonie von Leeuwenhoeck observou as primeiras células animais: os glóbulos vermelhos do sangue. De início, os glóbulos vermelhos não foram considerados como células, uma vez que, para Leeuwenhoeck, essas células pareciam deficientes de compartimentos básicos. Além disso, não existia sequer a hipótese de que os tecidos fossem estruturados totalmente por células.
Leeuwenhoeck também estudou cuidadosamente o núcleo celular, o que contribuiu significativamente para o entendimento do papel da célula nos seres vivos. Com isso, foi descoberto o nucléolo, núcleo do núcleo, e que todas as células, exceto das hemácias, são dotadas de núcleo.
Somente um século e meio após da descoberta da célula é que a Teoria Celular foi lançada. Antes disso, vários cientistas já se ocupavam de compreender a estrutura e o funcionamento da célula, gerando conhecimentos que se tornaram fundamentais para o desenvolvimento da Biologia, mais especificamente da Citologia, ramo da ciência que estuda a estrutura, as funções e o desenvolvimento celular.
Hoje sabemos que todo ser vivo, seja ele membro do reino Plantae, Animallia, Protista, Fungi ou Monera é composto por célula, alguns por uma única, outros por várias, e que muitas dessas células apresentam diferenças com relação a outras, mas desempenham basicamente o mesmo papel: estruturar, realizar atividade metabólica e transmitir informações genéticas.
Sabe-se também da existência de organismos acelulares, ou seja, que não são compostos por células, os tão conhecidos vírus, que devido a essa característica, não compõem nenhum dos reinos citados. Os vírus são organismos formados por um material genético envolto por uma cápsula proteica, e necessitam de uma célula hospedeira para sobreviver e se reproduzir, por isso, são chamados de parasitas intracelulares obrigatórios. Muitos cientistas ainda discutem se os vírus podem ser, ou não, uma exceção que confirma a regra da Teoria Celular.
Referências
JOHNSON, Albert.RAFF, Lewis. WALTER, Roberts. Traduzido por LEIGA, Ana Beatriz Gorini da. Biologia Molecular da Célula. Porto Alegre: Atmed,2004.
KARP, Gerald.Traduzido por: CESARIO, Maria Dalva. Biologia celular e molecular: conceitos e experimentos. São Paulo: Manole, 2005.
http://www.invivo.fiocruz.br/celula/teoria_12.htm
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/citologia/teoria-celular/