As Guerras Ilíricas foram as campanhas que colocaram em conflito Roma e as tribos da Ilíria.
As tribos que se encontravam assentadas sobre o vale do Neretva, na Ilíria, praticava a pirataria nesse território, o que colocava em perigo o comércio através do Mar Adriático. Por conta disso, a República Romana se mobilizou intensamente para oprimir tais tribos, a ponte de ser a primeira vez que a armada romana cruzaria o Mar Adriático para combater um inimigo.
O conflito que se desenvolveu entre a República Romana e as posses ilírias aconteceu em duas campanhas. A Primeira Guerra Ilírica se iniciou no ano de 229 a.C. e durou um ano. A viúva Teuta, herdeira do rei Agron, apoiou e ampliou a pirataria no Mar Adriático. Rapidamente os interesses romanos foram afetados, especialmente quando seus navios foram atacados. Simultaneamente, a Ilíria começou a se expandir para o sul, almejando conquistas o Reino de Épiro. Os ilírios chegaram até a conquistar algumas de suas cidades e derrotaram expedições de auxílio enviadas por Etólia e Acaia. Os romanos logo enviaram uma embaixada para conversar com a rainha Teuta sobre sua conduta agressiva, entretanto, sentindo-se desrespeitada por um dos embaixadores, ordenou sua morte. O evento foi a situação máxima para os romanos que logo reagiram enviando uma expedição militar contra a Ilíria. O combate foi intenso durante o período de quase um ano e contou com a traição de líderes Ilírios, resultando na vitória de Roma.
Com o fim do primeiro conflito se estabeleceu um período de paz no Mar Adriático, no qual a pirataria foi interrompida. Roma ainda celebrou uma aliança com os gregos. Entretanto, ao final da mesma década, novos combates aconteceriam.
A Segunda Guerra Ilírica teve início em 220 a.C. e também durou um ano. Nesta ocasião, Roma estava envolvida em uma série de conflitos. Havia a guerra contra os celtas da Gália Cisalpina e estava se iniciando a Segunda Guerra Púnica. Ao fim da Primeira Guerra Ilírica, chegou ao poder entre os ilírios Demétrio de Pharos. Este acumulou as marcas da derrota e deu início a uma renovação militar na Ilíria em busca da revanche contra os romanos. Demétrio se aproveitou de toda a distração que Roma tinha com os conflitos pelos quais passava e construiu uma nova frota, não sendo advertido nenhuma vez sobre sua conduta. Logo reuniu uma frota de 90 barcos e navegou para o sul de Lissus. A atitude violou o pacto com os romanos e deu início a um segundo conflito.
Atacando Pilos, a frota de Demétrio capturou 50 barcos e dirigiu-se, em seguida, para as Cíclades. Na fase inicial das ações dos ilírios, Demétrio foi eliminando toda resistência que encontrou pelo caminho e enviou parte de sua tropa através do Mar Adriático. Foi então que se iniciou a reação romana, a qual se aproveitou da debilidade causada pela separação da frota dos ilírios e atacou a cidade de Dimale, na Ilíria. A frota romana, sob comando de Lúcio Emílio Paulo, conquistou a cidade e partiu para a Ilha de Pharos. Os ilírios ficaram rodeados de romanos e Demétrio fugiu para a Macedônia, incorporando a corte de Filipe V e sendo um dos conselheiros mais próximos do monarca. Demétrio influenciou muito Filipe V na Primeira Guerra Macedônica e esteve ao lado do monarca até sua morte. O segundo confronto dos ilírios contra os romanos resultou também em vitória de Roma.
Fontes:
Eckstein, Arthur. "Polybius, Demetrius of Pharus and the Origins of the Second Illyrian War.". Classical Philology 89, no. 1, 1994.
Zock, Paul A. Ancient Rome: An Introductory History. Oklahoma: University of Oklahoma Press, 1998.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/civilizacao-romana/guerras-iliricas/