Palavra com origem no latim, “virgo vestalis”, vestais eram as sacerdotisas incumbidas de dedicar parte de sua vida à adoração da deusa Vesta, que era a personificação do fogo sagrado (protetor de Roma). Somente com a presença de mulheres, este sacerdócio se restringia a seis meninas (número que posterior mente mudou para sete). Elas eram escolhidas durante a infância e passavam pelo menos 30 anos divididos igualmente entre as fases de formação, exercício e ensino. Servidoras do Estado, elas tinham que manter a castidades e a virgindade. Caso apresentassem algum deslize, poderiam ser enterradas vivas, além de causarem uma grande ofensa à sociedade romana e seus deuses.
As virgens eram escolhidas de acordo com os seguintes critérios: não ter defeitos mentais e físicos, ter família abastada e de conduta impecável, além de não poderem ter irmãs no sacerdócio. Em um primeiro momento, apenas mulheres de origem patrícia poderiam ser consideradas vestais. Isso mudou depois da Lex Papia (65 a.C), que implementou mudanças nos critérios de escolha das virgens vestais, permitindo que moças da plebe também pudessem exercer a função. Após a seleção, ficavam no templo de Vesta, ocupando o primeiro andar.
Apesar das diversas regras impostas a estas mulheres, elas continuavam tendo contato com outras pessoas e participando de atividades romanas como reuniões, apresentações de teatro, sacrifícios prometidos, entre outras manifestações públicas. Porém, durante esses eventos, as vestais tinham lugares separados do resto da população. Uma destas oportunidades era a Vestália, evento de celebração da Deusa, que ocorria em Roma durante os dias sete e quinze de julho. Era uma ocasião singular para os habitantes da cidade, que ficavam extremamente ansiosos para olharem para as sacerdotisas. Não existem muitas informações sobre essa festa, mas alguns registros indicam que seis das virgens ocupavam-se da confecção de bolos sagrados. Elas eram vistas pelas ruas como celebridades e, enquanto estavam fora, o templo de Vesta era aberto para a visitação de suas mães.
Após completarem trinta anos no sacerdócio, tinham a oportunidade de voltar à vida civil e casar, além de receberem um dote. Porém, na maioria das vezes, as vestais optavam pela continuidade da adoração da Deusa. Fatores que podem explicar esta escolha estão relacionados ao prestígio que possuíam, apesar da castidade. Sua importância era tão grande que, por vezes, eram chamadas para negociar paz em conflitos bélicos. Além disso, suas famílias tornavam-se mais ricas e admiradas devido à posição prestigiada das filhas vestais.
Fontes:
SAUTEREAU, François e HALICARNASSO, Dionísio de. Contos e lendas do nascimento de Roma. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/chama-virgens-474592.shtml
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vestal