O planeta Terra já passou por 5 eras glaciais ou eras do gelo, períodos da história da Terra em que a temperatura média diminui em torno de 6º C e uma grande parte da atmosfera e oceanos esfriam e congelam. Esses resfriamentos deixaram marcas nas rochas, em sedimentos oceânicos e lacustres, geleiras, sementes, corais, anéis dos troncos das árvores etc.,
A Terra demorou um longo período como uma bola de fogo até que o magma esfriasse e formasse as massas rochosas e mais um longo período até que o clima possibilitasse a primeira era do gelo. As glaciações mais estudadas e melhor compreendidas ocorreram durante o intervalo do Neopaleozoico e no final do Cenozoico, pois nesse período houve melhor preservação de evidências no registro estratigráfico.
As eras glaciais ocorrem a cada 150 milhões de anos, e duram poucos milhões de anos, segundo os estudos e teorias. As variações na órbita terrestre ocasionam períodos mais longos de pouca recepção da energia solar, a própria atividade solar e as composições da atmosfera da Terra, podem levar ao resfriamento do planeta. A eras glaciais são estudadas pela climatologia e a geologia, e chegando à conclusão que as mudanças climáticas não ocorrem de forma lenta e gradual, mas de maneira abrupta e rápida.
No Brasil as geleiras influenciaram na geomorfologia do território, afetando a distribuição dos organismos e sua evolução também. No período da Gondwana, quando a América do Sul, África, sudoeste da Ásia, Austrália e Antártica formavam um supercontinente situado próximo ao Polo Sul, as massas de gelo cobriam mais de metade do território brasileiro. O atual nordeste brasileiro, região de clima árido, era coberta por geleiras, que deslizando em direção ao mar, deixaram marcas nas rochas da região, parecidas com cicatrizes ou estrias.
As geleiras ao deslizar também trituram e arrastam fragmentos de assoalho rochoso, formando sedimentos que depois se aglutinam formando rochas sedimentares, ao mesmo tempo quando chegam ao mar, carregam esses sedimentos glaciais para o fundo oceânico. Essas evidencias foram comparadas com o mesmo processo que ocorre agora nos polos da Terra, comprovando as glaciações ao longo da vida geológica do nosso planeta.
A Era do Gelo também comprova a teoria da deriva continental, já que as mesmas marcas de erosão nas rochas causadas pelo deslocamento das geleiras podem ser vistas tanto em rochas no Brasil como na África, comprovando que uma vez os continentes já estiveram aglutinados e com o passar das eras, se moveram em direções opostas.
As geleiras surgem pelo processo de acumulação, sempre que um corpo de neve tenha condições para ser acumulado, compactado e transformado, fato que ocorre nas zonas de acumulação, região onde há precipitação de neve e consequente geração de gelo. Para que uma geleira surja e dure é necessário que condições topográficas e climáticas permitam que a taxa de acumulação supere a taxa de perda desse gelo.
Climatólogos e geólogos dizem que a terra passa por um momento de temperaturas amenas, com o aumento da temperatura desde a ultima glaciação, mas com a maior liberação dos gases do efeito estufa e a poluição dos mares, resultado das ações antrópicas, alguns pesquisadores dizem que o aumento da temperatura geral do planeta, nas atmosfera e nos oceanos, tem se elevado ainda mais rapidamente resultando no derretimento mais rápido das calotas polares e assim no aumento do nível do mar, prejudicando todo o ecossistema mundial.
Bibliografia:
http://www.geologia.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2017/01/eduardorosa.pdf
http://bertoldi.weebly.com/uploads/4/6/8/9/46892617/2.glacia%C3%A7%C3%A3o2015.pdf
https://www.iag.usp.br/siae98/glaciais/glaciais.htm
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-ocorrem-as-eras-glaciais-existe-mais-alguma-prevista/
https://www.scielo.br/j/ss/a/BhDcWrGnVhDghKYyRzG6pkb/?lang=pt&format=pdf
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/clima/glaciacoes/