Coque

Por Emerson Santiago
Categorias: Combustíveis
Ouça este artigo:
Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!

Chama-se coque o material carbonáceo sólido obtido a partir da destilação do carvão mineral em fornos, na ausência de ar, em tempo estabelecido, e de baixo teor de enxofre e cinzas. A coqueificação do carvão mineral permitiu a ampliação e o aperfeiçoamento da fabricação de ferro, o que constituiu num avanço enorme para a siderurgia, e em uma instância maior, boa parte da Revolução Industrial.

A indústria depende em larga escala do coque, que representa uma grande parcela do custo final do ferro. O carvão mineral para siderurgia a coque é denominado carvão coqueificável, que forma uma massa sólida ao ser aquecido. Utilizado na redução do minério de ferro a ferro metálico, este combina com o oxigênio, na presença de calcário, criando dióxido de carbono, ferro e escória.

O equipamento onde o processo de redução do ferro ocorre é chamado de alto-forno, onde há a separação do ferro de seu minério. Esta separação se dá por meio da redução química que envolve a separação de um metal de seu óxido, através de um agente redutor. O agente redutor utilizado na siderurgia é o coque.

Até o final do século XVII, o único combustível disponível era o carvão vegetal, que estava ficando cada vez mais difícil de se encontrar, ameaçando assim, o progresso da indústria metalúrgica. A Inglaterra, lar da indústria siderúrgica nascente, foi obrigada a recorrer à importação de madeira para substituir o carvão, o que não impediu a escassez de combustível. O carvão mineral não era uma opção viável, pois ele contém enxofre, o que torna o ferro quebradiço quando aquecido.

O problema foi resolvido com a ideia de queimar o carvão mineral em locais abertos, do mesmo modo como se fazia com a lenha na produção de carvão vegetal. Ao ser aquecido lentamente, sem queimar, o material liberava enxofre, além de outros gases voláteis. Tal método ficou conhecido como coqueificação, e logo foi adotado na produção do ferro.

Em pouco tempo, o coque serviu para produzir o ferro utilizado em potes, grelhas, canos, pilões, e vários outros objetos. Em pouco tempo, a pequena indústria de Darby produzia cilindros para o motor de Newcomen (invento frequentemente apontado como deflagrador da revolução industrial), e que era utilizado em exploração de minas, numa profundidade maior que aquela alcançada pelas bombas da época. Tal combinação permitiu que o carvão se tornasse o combustível industrial de maior importância.

A aceitação geral do coque pela indústria ocorreu com a descoberta de que a refundição do ferro produzido com coque em um forno reverberatório (onde o aquecimento é feito por meio das radiações refletidas das paredes do forno), era possível obter ferro mais puro e homogêneo. Como exemplo, os canhões ingleses fabricados com tal ferro não explodiam quando disparados, coisa que não ocorria com os canhões franceses em vários casos. Com o desenvolvimento do motor duplo de Watt em 1782, o problema da energia empregada para acionar os equipamentos industriais é solucionada, e a indústria siderúrgica terá grande importância no desenvolvimento industrial dos séculos seguintes.

Bibliografia:
Pequena História das Invenções. São Paulo: Abril S.A. Cultural e Industrial, 1976.
Foto: http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/modules/mylinks/viewcat.php?cid=16&letter=C&min=100&orderby=titleA&show=10

Este artigo foi útil? Considere fazer uma contribuição!