O petróleo é uma mistura de compostos orgânicos e inorgânicos, onde predominam os hidrocarbonetos. Durante o seu processo de refino pode-se obter vários compostos como querosene, diesel, óleo lubrificante, asfalto, e principalmente, nafta.
A nafta petroquímica geralmente é originada da destilação direta do petróleo e utilizada para a produção de olefinas leves e aromáticos. O petróleo leve (baixa densidade) apresenta maior rendimento em nafta que o petróleo pesado (alta densidade). Além disso, devido à presença de hidrocarbonetos saturados produzem nafta com maior capacidade de conversão em olefinas, isto é, maior parafinicidade. A nafta energética é empregada na formação de gás de síntese, rico em metano (CH4), hidrogênio (H2) e monóxido de carbono (CO), usado diretamente como combustível ou transformado em combustíveis líquidos.
A classificação da nafta depende do local onde é comercializada, que implica diretamente na sua qualidade, parafinicidade e preço. Composta por hidrocarbonetos de ponto de ebulição na faixa de 38°C a 200°C, destaca-se na produção de gasolina e de substâncias usadas como insumo na indústria petroquímica, como por exemplo, eteno, propeno, butadieno, benzeno, tolueno e xilenos.
Dependendo do “ponto de corte” na coluna de destilação, pode-se classificá-la em nafta leve ou nafta pesada. A nafta leve é armazenada em tanques para ser comercializada como nafta petroquímica ou consumida como gasolina. A nafta pesada pode ser encaminhada para unidades de reforma catalítica para produção de gasolina.
Os produtos petroquímicos podem ser classificados em primeira geração ou segunda geração. As substâncias fabricadas nas centrais petroquímicas como eteno, propeno e aromáticos, são compostos derivados da nafta provenientes da indústria petroquímica de primeira geração. Podem ser fabricados a partir de processos de reforma catalítica e pirólise (cracking). A reforma catalítica é um dos principais processos para a fabricação de gasolina e de produtos aromáticos. Nesse caso, a quantidade de átomos do composto não é alterada e sim sua estrutura molecular. Esse processo é muito utilizado para aumentar a octanagem da gasolina.
Na pirólise ocorre a decomposição do material em altas temperaturas. À vista disso, promove a ruptura da estrutura molecular, principalmente de hidrocarbonetos pesados, em frações leves como eteno e propeno, por meio da retirada de hidrogênio. Adicionalmente, são precursores de diversos intermediários, principalmente polímeros. O eteno é matéria-prima para o polietileno, muito utilizado em sacolas plásticas e brinquedos. Já o propeno na fabricação de propileno, empregado em embalagens alimentícias. Esses polímeros são considerados materiais petroquímicos de segunda geração.
Os produtos petroquímicos de segunda geração são usados na indústria de transformação para a obtenção de petroquímicos finais como pesticidas, calçados, têxteis, cosméticos, fibras sintéticas, produtos farmacêuticos, detergentes, borrachas sintéticas, fertilizantes, entre outros.
A obtenção de maiores rendimentos na produção da nafta é um desafio. Outro impasse é o uso do petróleo e seus derivados, que por serem materiais não renováveis se tornam uma preocupação diante das novas perspectivas da sociedade atual. Contudo, com o avanço da tecnologia já é possível produzir olefinas leves utilizando biomassa (matéria orgânica de origem animal e vegetal). Com isso, os investimentos em novas rotas produtivas podem torná-las competitivas ao refino petroquímico, e assim reduzir a dependência do petróleo.
Referências:
LEITE, Luiz Fernando & SANTOS, Patrícia Carneiro dos. Integração Refino-Petroquímica: Tendências e Impactos. Rio de Janeiro: Publit, 2012.
PINTO, R. R. C. Introdução. Curso de Petroquímica Básica. PETROBRAS/ Comunidade Virtual. Junho, 2008.
https://processo-industrial.blogspot.com.br/2010/04/petroquimica-craqueamento.html
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/nafta-petroquimica/