As parafinas são compostos orgânicos classificados como hidrocarbonetos alifáticos. O termo alifático é proveniente do grego áleiphar, que significa “que serve para ungir; óleo”, devido à sua característica oleosa.
Os hidrocarbonetos alifáticos são longas moléculas mantidas por forças de dipolos induzidos, sendo considerados substâncias apolares e com baixa solubilidade. Desse modo, são substâncias não tóxicas. Possuem cadeias saturadas de alto peso molecular. Sua fórmula geral é CnH2n+2, onde n é o número de átomos de carbono na molécula. Seus átomos realizam apenas ligações covalentes simples (C-C), com cadeias normais ou ramificadas.
As cadeias carbônicas podem variar na faixa de C12 a C85. Contudo, na sua maioria possuem quantidades de carbono maior que vinte. Conforme a massa molar das parafinas aumenta, isto é, o número de carbonos, a temperatura de fusão aumenta. Dependendo do seu ponto de fusão as parafinas podem ser utilizadas em várias aplicações.
Parafinas com menor ponto de fusão são empregadas na indústria de fósforos, pela impregnação de parafina ao palito, e na indústria da borracha. Parafinas com ponto de fusão intermediários são utilizadas na fabricação de velas, impermeabilização de papéis e embalagens, aditivo na fabricação de pneumáticos e produtos químicos, composição geral de ceras, aditivo na formulação de tintas e vernizes. Parafinas com altos ponto de fusão são aplicadas em material isolante de eletricidade, impermeabilizantes, fabricação de polidores, ceras domésticas, artefatos de borrachas e hot-melt (adesivos).
As parafinas são produzidas a partir do refino de óleos lubrificantes. Dependendo do grau de refino apresentam cor branca e excelente estabilidade química. O processo pode ser realizado através de solventes, de modo que o óleo seja solubilizado ao mesmo tempo que a parafina seja precipitada.
Para a desparafinação de óleos lubrificantes já foram utilizados solventes como propano líquido e misturas de metil-etil-cetona com tolueno. No entanto, atualmente é empregado o metil-isobutil-cetona (MIBC), que em baixas temperaturas solubiliza a fração oleosa e promove a precipitação das n-parafinas, seguido da sua filtração.
Existe ainda a desoleificação a MIBC, um processo similar à desparafinação, porém ocorre em condições mais severas. Com o objetivo de retirar o óleo contido na parafina e ajustá-la às condições comerciais. Desse processo é produzido parafina dura e a parafina mole. A parafina mole é o produto principal e pode ser utilizada na fabricação de produtos como geleias, vaselinas, óleos e produtos farmacêuticos.
Como apresentado anteriormente, a parafina apresenta inúmeras aplicações. Sua classificação depende intimamente do seu processo de fabricação, fornecendo ao mercado produtos de várias qualidades. Está presente em diversos setores como alimentícios e farmacêuticos, fazendo parte do cotidiano do mundo moderno.
Fontes:
FONSECA, Martha Reis Marques da. Química: ensino médio. – 2. Ed. – São Paulo: Ática, 2016.
NETO, Afonso Avelino Dantas; GURGEL, Alexandre. Refino de Petróleo e Petroquímica. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Departamento de Engenharia Química. Rio Grande do Norte, 2007. Disponível em: http://www.nupeg.ufrn.br/downloads/deq0370/curso_refino_ufrn-final_1.pdf
ANTUNES, Murilo Tissoni; NOVAIS, Vera Lúcia Duarte de. Vivá: química: volume 3: ensino médio. – Curitiba: Positivo, 2016.