A utilização de pesticidas, substâncias capazes de eliminam pragas que assolam as plantações (insetos, microrganismos, ervas daninhas), é imprescindível para um bom cultivo de alimentos. Um dos inseticidas (um tipo de pesticida) mais usados pela Agricultara são os piretroides, compostos químicos sintéticos, que têm origem da piretrina, um éster do ácido crisantêmico produzido pelas plantas do gênero Chrysanthemum.
Durante muito tempo, a piretrina foi empregada no combate de insetos, primeiro por ser eficaz nessa função e agir sobre uma grande diversidade de espécies, e depois por ser pouco tóxica ao indivíduos expostos. No entanto, ela detém propriedades que muito prejudicam sua ação, como por exemplo, o fato de ser facilmente decomposta pela luz solar e ser instável ao ar.
Devido a esses prós e contras, a piretrina foi estudada e, com isso, os pesquisadores responsáveis conseguiram alterar sua estrutura química e, assim, produziram os piretróies, compostos mais estáveis e mais eficazes do que a precursora. Anos depois de sua descoberta, os piretróides foram lançados no mercado, se tornando um dos mais inseticidas mais usados hoje em dia.
A ação dos piretroides no organismo dos insetos se baseia na extenção da abertura dos canais de sódio, pequenos orificíos pelo quais os íons de sódio são transportados até os neurônios. Esse mecanismo torna mais lento o processo de repolarização, retorno da célula ao estado de repouso após uma saída de sódio, que causa paralisia dos Sistemas Nervosos Central e Periférico. São aplicados principalmente no controle de moscas pretas, mosquitos transmissores da malária, baratas, pulgas, percevejos e ácaros (acaricidas).
São raros os casos de intoxicação aguda por piretroides, mas, ainda que apresentem baixa toxidade aos organismo humano, o contato dos piretroides com a pele, olhos e mucosas pode causar irritações e queimaduras; se ingeridos, podem causar reações alérgicas e distúrbios neurológicos, apresentando sintomas como dores de cabeça, tontura, convulsões, contrações musculares involuntárias, perda da capacidade motora, interferências no equilíbrio, náuseas, vômitos e diarreias; se inalado, provoca irritação do aparelho respiratório,dando origem a problemas posteriores como hipersensibilidade, asma e pneumonite. Não possuem efeito cumulativo ao longo da cadeia alimentar, são metabolizados rapidamente por mamíferos e os resíduos desse metabolismo são expelidos através da urina.O uso desse produto em locais poucos arejados deve ser evitado.
Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Piretroide
http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/vene3.htm
http://ltc.nutes.ufrj.br/toxicologia/mXII.piret.htm
http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/index.php/alimentos/article/viewFile/173/181
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/compostos-quimicos/piretroides/