Catecismo é uma palavra de origem grega, depois vertida para o latim catechismus, denotando ‘instruir a viva voz’. Ele se refere à educação religiosa do Cristianismo, ou seja, a uma explanação oral da doutrina religiosa em questão, guiada pelo conteúdo das Escrituras e pela tradição vigente. Os postulados e a moral cristãos são transmitidos por um representante aprovado pela Igreja, não necessariamente um sacerdote, àqueles que estão sendo preparados para receber os sacramentos da confissão e da primeira comunhão.
O principal ponto deste ritual de iniciação ao Cristianismo é a ‘catequese’, expressão também de fonte grega, traduzida para o latim catechesis, na qual os neófitos recebem oralmente a mensagem evangélica. José de Anchieta foi um grande evangelizador, o precursor da divulgação do Evangelho no Brasil. Ele catequizava os índios através da arte, o que caracteriza uma catequese narrativa, elaborada por meio de oficinas artísticas e narração de histórias da Bíblia.
O Catecismo da Igreja Católica expõe a sua doutrina, seus dogmas, os princípios de fé que lhe pertencem, sempre referente aos textos bíblicos. Nele se encontra em linguagem simples, acessível, a versão dos pontos essenciais da fé cristã. Nesta obra os catequistas têm à sua disposição orientações fundamentais para guiar o católico fiel. Com base neste Compêndio, que tem o formato de perguntas e respostas, promulgado pelo Vaticano, disponível em seis línguas, o expositor tem em mãos um guia seguro para o seu ministério. Através dele, qualquer católico pode ter conhecimento dos rituais e sacramentos da Igreja, bem como de seus postulados.
Em 25 de janeiro de 1985, com o objetivo de celebrar vinte anos da conclusão do Concílio Vaticano II, houve uma Assembléia Extraordinária do Sínodo dos Bispos – uma reunião convocada pela autoridade eclesiástica, neste caso, pelo Papa. O Catecismo da Igreja Católica – CIC – apareceu depois deste encontro, fruto do anseio dos participantes deste evento. Eles sentiam a necessidade de ter um ponto de referência sobre a doutrina do Catolicismo, uma base para a elaboração de tratados católicos do mundo inteiro. O Papa João Paulo II assumiu a responsabilidade, então, de concretizar este projeto, e assim nasceu, no dia 11 de outubro de 1992, o Catecismo planejado, sob a orientação do Cardeal Joseph Ratzinger, atual Papa Bento XVI, depois de nove projetos de redação. Bispos, Conferências Episcopais, Institutos Teológicos de todas as partes puderam colaborar com seus comentários e sugestões. Sua edição definitiva foi lançada em 1997. O CIC tomou o lugar do antigo Catecismo Romano, vigente desde 1566.
Neste novo Catecismo é possível encontrar uma síntese das partes principais da doutrina católica, não só sobre pontos de fé, dogmas, mas também sobre sua essência moral, obedecendo aos preceitos da Igreja. A intenção do clero não é impô-lo, em detrimento dos catecismos locais, mas sim manter como subsídio para as diversas paróquias um referencial doutrinário, levando em conta as variadas culturas que compõem nosso planeta. Embora ele seja primordialmente direcionado ao clero, também pode ser estudado por laicos que se interessem em conhecer melhor a Igreja. O CIC está dividido em quatro partes, conectadas entre si – A Profissão de Fé ou Credo; A Celebração do Mistério Cristão (liturgia e sacramentos); A Vida em Cristo, a ação humana e os mandamentos; e A Oração Cristã.
Alguns pontos do Catecismo, referentes à Moral, tornam-se controversos quando aplicados ao cotidiano, pois em alguns pontos as pessoas gostariam de decidir no campo pessoal, social ou governamental. Estas questões polêmicas, como o uso de anticoncepcionais, o aborto, a questão das células-tronco embrionárias, entre outras, levam a sociedade, muitas vezes, a se contrapor à Igreja.