“E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. E Deus disse mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O Senhor Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó, me enviou a vós; este é meu nome eternamente, e este é meu memorial de geração em geração” (Ex 3:14-15).
O mundo, com toda a variedade das culturas existentes em vários países do globo, apresenta vários tipos de deuses. Este artigo pretende discorrer sobre o Deus com "D" maiúsculo, Deus o Senhor, o Deus da bíblia, sob a ótica cristã. E neste ponto de vista, seria impossível explicar ou conhecer a Deus através de recursos naturais. O próprio Cristo afirmou que “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:24).
Para compreender melhor a definição de Deus, uma alternativa é analisar seus vários nomes que são citados nas escrituras sagradas, pois os textos bíblicos foram escritos num tempo em que os nomes eram mais do que meros sons, possuindo um significado próprio.
No caso de Deus, Seus nomes sempre estão no masculino, Ele é muito respeitado pelos israelitas, e é também chamado “Jeová”. Inclusive, algum tempo antes da era cristã, para não sujarem com lábios humanos o nome do seu Deus, os israelitas evitavam pronunciar o Seu nome, e usavam a nomenclatura “Adonai”, ou seja, “Senhor”.
O nome “Jeová” aparece cerca de 5.600 vezes na bíblia, de acordo coma versão Almeida (tradução para o português). Algumas referências estão citadas abaixo:
- Jeová Rafá = O Senhor que cura (Ex 15:26)
- Jeová Nissi = O Senhor é a nossa bandeira (Ex 17:8-15)
- Jeová Shalom = O Senhor é a nossa paz (Jz 6:24)
- Jeová Rá Ah = O Senhor é o meu Pastor (Sl 23:1)
- Jeová Tsidkenu = O Senhor é a nossa justiça (Jr 23:6)
- Jeová Joreh = O Senhor de provisão (Gn 22:14)
- Jeová Shamah = O Senhor está sempre presente (Ez 48:35)
- Jeová Sabahote = O Senhor dos exércitos (Sm 17:45)
Além dos sentidos acima, e vários outros encontrados na Palavra de Deus; é muito forte a referência a Deus como “Pai” ou seja, como criador de todas as coisas, como fonte de vida, tanto no Antigo como no Novo Testamento. É interessante perceber que Deus também é citado com características humanizadas (bom, justo, tardio em irar-se, longânimo, ama), pois fomos feitos Sua imagem e semelhança. Todavia, isso de forma alguma indica que Ele seja humano em Sua essência.
A soberania de Deus pode ser constatada através de Sua Onipresença, pois para Deus não há espaço nem tempo. Por exemplo, Ele não precisa se deslocar para agir, Ele está presente o tempo todo, em todos os lugares. No ambiente cristão é comum alguém relatar que sente a presença de Deus, ou sentiu algo diferente durante um momento de oração, etc. Vale ressaltar que se trata de uma manifestação do poder de Deus, como uma dádiva, um presente, fruto da intimidade e comunhão entre Deus e aquele que o busca de todo coração. Embora os sentimentos de uma pessoa sejam diretamente ligados ao exercício de sua fé, esta não é sentimento. A Fé é certeza. Entenda-se com isso que um cristão não precisa, necessariamente, sentir fisiologicamente a presença de Deus para evitar o pecado ou a conduta que desagrada a Deus. Na realidade, aquele que O teme tem a consciência de que Ele sabe de tudo e vê tudo o tempo todo, e é capaz de sondar a mente e coração humanos. Neste ponto, chegamos ao entendimento também de Sua Onisciência.
Temor é muito diferente de “ter medo”. O temor é a consciência de Deus como uma realidade, é a consideração por tudo que Ele fez e faz, e a suprema capacidade de ter criado o universo e continuar sustentando-o. Deus agiu e continua agindo permanentemente, criando, determinando, dando a última palavra... são inúmeras referências bíblicas.
No ato do batismo, ao decidir tornar-se cristão, o indivíduo “aceita Jesus cristo como Senhor e salvador de sua vida”. A grosso modo, em geral, a “salvação” é um livramento, uma espécie de retirada de uma situação ruim e má para um contexto melhor e bom. Ela é bem-vinda por todas as pessoas (mesmo as que não são cristãs), afinal de contas quem não quer ser “salvo”, e sair de uma situação ruim? Se livrar de algo que põe em risco a sua vida? Entretanto, ao aceitar a Deus, na pessoa de Jesus Cristo como seu “Senhor”, o cristão passa a ter também deveres e responsabilidades. Passa a ter um dono, um Pastor, um Pai, e deve se submeter às vontades de Deus, deve obedecer a Ele, à sua Palavra, se esforçar para levar uma vida temente a Ele. Ou seja, reconhece a Deus como seu Senhor.
Bibliografia:
CETEMI Missiologia – módulo III
Apostila Teologia sistemática I (Deus) 2013
A Bíblia da Mulher: leitura, devocional, e estudo. 2 ed, Barueri SP: sociedade Bíblica do Brasil 2009.
Bíblia sagrada. Traduzida em português por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil 2 ed Barueri SP, Sociedade Bíblica do Brasil, 1988, 1993.