O Livro de Jó ou Job é um dos livros das Sagradas Escrituras, mais precisamente do Antigo Testamento, que integra a parte conhecida como Livros de Sabedoria e Louvor, dos quais são célebres também os escritos do Rei Salomão.
Geralmente a Bíblia é dividida em quatro ou cinco unidades – o Pentateuco, composto de cinco livros, que enfoca a criação do Universo e dos seres humanos; as doze narrativas que se seguem, de Josué a Ester, narram a jornada do povo hebraico, desde a chegada à terra prometida até o jugo sob a Babilônia, concluindo com o resgate da terra natal; os outros cinco são justamente os textos de sabedoria, desde a história de Jó até o Cântico dos Cânticos de Salomão; os restantes encerram o Antigo Testamento, abordando os escritos de Isaías até os de Malaquias.
O Livro de Jó é uma das mais célebres obras da narrativa sapiencial, e também um dos mais comoventes relatos da demonstração de fé e resignação de um ser humano. Esta história, sempre evocada como exemplo de devoção a Deus, ainda não foi completamente esmiuçada e compreendida pelo Homem, que ainda se questiona sobre seu significado e sua importância para o mundo atual.
O nome de Jó, traduzido como ‘objeto de hostilidade’, pode, segundo alguns estudiosos bíblicos, apontar uma resposta às variadas indagações que se levanta ao realizar a leitura deste texto. Eles afirmam que o objetivo deste Livro é revelar porque os puros são submetidos ao cadinho da aflição e porque o Senhor aceita a presença da injustiça no mundo por Ele criado. As incontáveis interpretações desta narrativa procuram tradicionalmente conjugar a convivência simultânea das forças sombrias e de Deus, seguindo os passos dos que professam a teodiceia, especialidade da Teologia que aborda justamente esta relação entre o bem e o mal.
Não se sabe ao certo quando o Livro de Jó foi escrito, por quem, nem quando este personagem bíblico teria existido. Alguns apostam em Moisés como o criador desta história, outros pesquisadores apontam para a possibilidade de um dos sábios ancestrais, talvez até mesmo Salomão, ter composto esta narrativa bíblica.
Segundo os exegetas – estudiosos dos Escritos Sagrados -, Jó realizava sacrifícios em locais distintos dos reservados aos judeus, que só podiam praticar seus ritos no âmbito da Terra Prometida, através dos sacerdotes levitas. Supõe-se, portanto, que ele não era israelita, embora os hebreus tenham sempre incluído sua história nos escritos sagrados hebraicos.
Também em relação ao tempo de existência, calcula-se que este servo do Senhor teria vivido pelo menos 200 anos, pois no princípio do relato ele já era casado, pai de dez filhos na fase adulta, e detentor de vários bens materiais. Como no período cronológico em questão os homens viviam mais tempo, e as idades foram decrescendo na era pós-diluviana, Jó parece mesmo ter vivido entre os Patriarcas. Ele residia na cidade de Utz, situada, de acordo com estudos geográficos, no Norte da Arábia, a leste da terra prometida à descendência de Abraão.
Jó, que teria vivenciado angústias terríveis, submetido a provas árduas e dolorosas, tornou-se um exemplo de paciência e determinação. É comum hoje a expressão ‘paciência de Jó’. Esta obra-prima bíblica inspirou uma adaptação teatral empreendida pelo grupo Teatro da Vertigem, integrando uma trilogia bíblica dirigida por Antônio Araújo e convertida à linguagem dramatúrgica por Luís Alberto de Abreu – Paraíso Perdido, de 1992, e Apocalipse 1, 11, de 2000, seguidos por O Livro de Jó. Esta encenação teve como cenário a paisagem inusitada do Hospital Humberto Primo, no qual os espectadores são conduzidos pelos atores por uma trilha ascendente.
Fontes
http://www.estudosdabiblia.net/bd11_09.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Livro_de_Jó
http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_teatro /index.cfm?fuseaction=personalidades_biografia&cd_verbete=212