O Papa João XXIII foi o 261º soberano da Igreja Católica. Seu papado durou cinco anos sob o lema “Obediência e Paz”.
Com a morte do papa Pio XII, em 1958, realizou-se um conclave para eleição do novo papa. Havia vários candidatos favoritos naquela ocasião e, para solucionar o caso, os cardeais decidiram por escolher um papa idoso e de compromisso. Angelo Giuseppe Roncalli foi eleito no dia 28 de outubro de 1958, já com 77 anos de idade, e escolheu o nome de Papa João XXIII, o que surpreendeu a todos porque o último João foi um papa francês ainda na Idade Média e, sobretudo, porque havia também na Idade Média um antipapa com o nome de João XXIII. Pela idade avançada, era considerado um papa de transição.
O Papa João XXIII adotou o lema “Obediência e Paz” para o seu curto papado. Sempre se demonstrou de grande capacidade para conciliações, com um espírito de tolerância e ecumenismo. Assim, procurou dialogar com outras crenças e religiões. Por outro lado, confirmou a bula papal de Pio XII que proibia os católicos de votarem ou apoiarem candidatos, partidos ou governos comunistas. A excomunhão de Fidel Castro, em 1962, foi uma consequência dessa sua postura.
Surpreendentemente, o Papa João XXIII convocou o Concílio Vaticano II com o objetivo de renovação da Igreja e de se reformular a forma de explicar a doutrina católica ao mundo moderno. Escreveu oito encíclicas e era aclamado mundialmente como o “Papa bom” por causa de sua simpatia, sua simplicidade e sua jovialidade. É considerado um dos papas mais populares e amados, não só entre os fieis. João XXIII faleceu de câncer no estômago no dia 3 de junho de 1963, o que o impediu de testemunhar o encerramento do Concílio Vaticano II, o qual foi finalizado por seu sucessor Paulo VI. O cadáver de João XXIII está exposto na Basílica de São Pedro, desde 2001, dentro de um caixão de bronze e vidro e apresenta um surpreendente grau de conservação.
João XXIII foi beatificado pelo papa João Paulo II, em 2000. Mas, mesmo com toda sua fama de bondoso e conciliador, o papa conviveu com críticas de católicos tradicionalistas que acusavam-no de ser maçom, radical esquerdista e um herege por ter promovido a liberdade religiosa e o ecumenismo.
Fonte:
DUFFY, Eamon. Santos e Pecadores: história dos papas. São Paulo: Cosac & Naify, 1998.