A Rosa de Ouro é um ornamento abençoado pelo papa e concedido a pessoas que tenham demonstrado grande lealdade com a Santa Sé.
A primeira referência que existe a respeito do ornamento Rosa de Ouro data da Idade Média, mais especificamente no ano de 1049. Neste ano, o papa Leão IX isentou o convento de Santa Cruz de Woffenheim através de uma bula papal de pagar impostos. No entanto, o convento deveria enviar para a Santa Sé uma Rosa de Ouro por ano. É desta forma que se relata a primeira manifestação em torno do artefato. Porém, durante o restante da Idade Média, a Rosa de Ouro seria muito comum para honrar um soberano, substituindo a prática da honraria das Chaves de Confissão de São Pedro que também eram chamadas de Chaves de Ouro.
O início exato do costume de oferecer a honraria Rosa de Ouro ainda é uma dúvida, porém sabe-se que está relacionado com a transferência do papado para Avinhão e que continuou depois em Roma. Cerimônias foram elaboradas para que os príncipes recebessem o ornamento dos papas e do Sacro Colégio dos Cardeais.
Já na Idade Moderna, a Rosa de Ouro passou a ser um ornamento ofertado somente às princesas e às rainhas, enquanto imperadores, reis e príncipes passaram a receber espadas. A entrega da honraria para quem vivia fora de Roma também sofreu mudanças, o papa deixou de ser o responsável pela cerimônia e incumbiu seus subalternos mais elevados a essa prática. Por fim, o século XX mudou completamente a lógica da honraria, que passou a ser concedida às figuras santas femininas que recebem o tratamento de respeito de Nossa Senhora.
A lista de personalidades, lugares e igrejas que receberam a Rosa de Ouro é bem grande, entretanto a maioria dos artefatos foi fundida para reutilização do ouro. Além disso, a concessão do ornamento tornou-se rara a partir da segunda metade do século XX, então os exemplares antigos que ainda existem são da catedral de Benevento, da Biblioteca Vaticana, da Arquibasílica de São João de Latrão, do Museu Nacional da Idade Média (a mais antiga de todas as que sobraram), do Palácio da Comuna e do Palácio Imperial de Hofburg. A mais antiga que existe, que está no Museu Nacional da Idade Média, data do ano 1330 e foi feita por Minúquio de Sena para ser ofertada pelo papa João XXII a Rodolfo III de Nidau, o Conde de Neuchâtel.
A Rosa de Ouro, como o próprio nome diz, é feita de puro ouro e é criada por hábeis ourives. É uma rosa dourada brilhante que representa a majestade de Cristo. Todavia, antigamente era apenas uma flor única e simples. Foi o papa Sisto IV que acrescentou rubis e que transformou a única flor em um galho com muitas rosas. Esse novo formato diferia tanto do inicial que recebeu o nome de Rosa Sistina.
Fonte:
http://www.crmpr.org.br/publicacoes/cientificas/index.php/iatrico/article/viewFile/178/170
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cristianismo/rosa-de-ouro/