É denominada árabe a língua semita, bastante ligada às línguas hebraica, aramaica e fenícia. O primeiro texto escrito em língua árabe foi descoberto em inscrições em pedras na Síria, que são datadas de 328.
Na sua forma padrão moderna, este idioma é oficial, sozinho ou em conjunto com outra língua, em 24 países soberanos, todos eles localizados na Ásia ocidental (oriente médio), norte e leste da África. Além disso, o árabe é a quinta língua mais utilizada em todo o planeta, considerando boa parte de suas variedades e o número de falantes nativos.
O árabe é também a língua litúrgica do islã, ou seja, a principal língua de seus textos religiosos, tendo assim, uma função semelhante à que possuía o latim no mundo ocidental como língua oficial do cristianismo. Assim, qualquer adepto da fé islâmica domina, em certo grau a língua, bem como a sua escrita, desde os muçulmanos da Bósnia-Herzegovina à Indonésia.
Apesar da religião ser uma forma de propagação e fator de unificação da língua, o idioma árabe possui várias vertentes, que às vezes são bastante incompreensíveis. A primeira grande distinção a se fazer é entre o árabe clássico ou corânico, e o árabe moderno. Adeptos do islã residentes em países cuja língua não é o árabe dominam em geral o árabe clássico, e têm dificuldade em compreender a variedade moderna, tanto falada quanto escrita. Outra divisão importante é entre o árabe formal, presente nos textos clássicos, e o coloquial, utilizado na comunicação diária entre as pessoas, fenômeno parecido com o que acontece com a língua portuguesa no Brasil.
Além destas divisões, o idioma também sofre variações consideráveis de acordo com a área onde é praticado. Há várias classificações para os dialetos árabes, sendo a mais comum esta:
- grupo peninsular: golfo, bahrani, najdi, omani, hejazi, shihhi, dohfari e yemeni;
- grupo mesopotâmico: iraqui, norte-mesopotâmico e bedawa;
- grupo sírio-palestino: levantino, árabe judaico e cipriota;
- grupo egípcio: chadiano, sudanês, núbio, juba, darfuri, sa'idi e egípcio;
- grupo magrebino: marroquino, tunisiano, argelino, líbio, hassaniya e saariano;
O sistema fonético da língua árabe conta com 28 consoantes e 3 vogais. Seu sistema de escrita é um abjad, escrito da direita para a esquerda, e onde cada símbolo corresponde a uma consoante, deixando ao leitor a tarefa de completar mentalmente o som vogal apropriado. Assim, a transliteração de nomes e termos do árabe dá margem a inúmeras interpretações, como no caso do ex-líder líbio, Muammar Gaddafi, em que 32 versões diferentes da grafia de seu nome foram registradas. O mesmo acontece em vários outros casos, até mesmo com o nome do profeta Maomé (Muhammad, Mohamed, etc.)
A língua árabe deixou ainda várias línguas crioulas e outras onde se faz presente como matriz, caso da língua maltesa ou da língua suaíli. Vários idiomas receberam enorme vocabulário árabe, como é o caso da língua portuguesa (vizir, alcaide, xeque, nora, quilate, canal, arroz, sentinela e todas as palavras iniciadas por al e el, como por exemplo algodão, alfândega, alcácer e alcalóide). Topônimos, como Almeria e Zaragoza, também são de origem árabe.[
O InfoEscola preparou uma sequência de aulas básicas do idioma Árabe, que podem ser acessadas no link abaixo:
Bibliografia:
DICKSON, Jim. Arabic transliteration: what’s in a name? (em inglês). Disponível em: <http://www.worldaccent.com/blog/2011/02/arabic-transliteration-whats-in-a-name.html>. Acesso em: 06 ago. 2012.
A Língua Árabe - História da Língua Árabe. Disponível em: <http://www.historiadomundo.com.br/arabe/a-lingua-arabe.htm>. Acesso em: 06 ago. 2012.
LUMBROSO, Jacob. Árabe clássico e moderno. Disponível em: <http://ipadiponeipod.com/classicas-e-modernas-arabe-MTMyMTk3.html>. Acesso em: 06 ago. 2012.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cultura/lingua-arabe/