Rastafarianismo ou Movimento Rasta é o nome com que se apresenta uma nova religião nascida na Jamaica na década de 30 do século XX.
Seus seguidores adoram Haile Selassie, imperador da Etiópia, de 1930 a 1974, e o consideram a manifestação ressurrecta de Yahshua (Jesus), sendo portanto, a reencarnação de Jah (Jehovah ou Deus). Como tal manifestação, Selassie irá conduzir os eleitos à criação de um mundo perfeito, "Zion", o paraíso dos rastas. Buscando atingir o paraíso, os adeptos rejeitam a sociedade capitalista moderna, a qual chamam de "Babilônia", que é vista como impura e corrupta, um reino em rebelião aos ditames de Jah, o criador.
Os rastas acreditam serem os verdadeiros filhos de Israel e seu objetivo primordial é o retorno à África. Não identificam o céu como o lugar do paraíso, acreditando em vez disso, que o paraíso fica na terra, invariavelmente na Etiópia. A filosofia rasta prega que os escolhidos por Jah são imortais, por isso, levam uma vida de eterna existência. A filosofia afrocentrista, a Bíblia, as ligações da Etiópia com Israel são também importantes fatores na composição da filosofia dos rastafari.
O uso da maconha dentro do movimento tem um cunho espiritual, e ocorre geralmente em conjunto com o estudo da Bíblia. É considerado um sacramento dentro de sua religião, limpando o corpo, mente e é curador da alma, aproximando o crente de Jah.
O nome da religião é uma junção de um título nobre etíope com o nome próprio do Imperador: Ras, na Etiópia, é um título de nobreza, dada a todo o nobre em âmbito regional (algo como "príncipe"); Haile Selassie, antes de ser o Imperador (Negusa Negast = rei dos reis, vindo de Negus = rei) utilizava o título "Ras", sendo o seu nome de batismo Tafari Mekonnen; antes de ser coroado, o mesmo era chamado de Ras Tafari (príncipe Tafari). Na Jamaica, o nome acabou se tornando popular para a nova denominação religiosa, utilizado para se referir aos "seguidores do Ras Tafari" perdendo-se o seu significado original.
Um maior conhecimento da religião surgiu a partir do sucesso do cantor Bob Marley, ele mesmo um seguidor do movimento, e cujas canções continham mensagens na sua maioria religiosas e de divulgação da filosofia rasta. Hoje em dia acredita-se que cerca de um milhão de pessoas no mundo inteiro siga a denominação religiosa, sendo que na Jamaica existam em torno de 100 mil rastas.
A origem do movimento ocorre justamente durante a coroação de Haile Selassie, em 1930. Acostumados a uma realidade onde os negros eram sempre os serventes e os brancos os comandantes (toda a África, com exceção de Libéria e Etiópia estavam sob domínio europeu) os jamaicanos se espantaram ao tomar conhecimento da existência de um soberano africano. Importante notar que antes as comunicações, especialmente de eventos distantes não eram amplamente divulgados entre a população, sendo que o conhecimento da monarquia etíope só se deu de forma geral na Jamaica e em boa parte das Américas no início dos anos 30. Haile Selassie passa a ser encarado como Deus e Rei por muitos pobres jamaicanos, que, ao estudarem a Bíblia, enxergam várias profecias concretizadas no livro do Apocalipse relacionadas com a coroação. Leonard Howell é creditado geralmente como "o primeiro rasta", pregando uma visão da Bíblia que conciliava a coroação de Haile Selassie, a opressão sofrida pelos negros, o retorno à África, entre outros temas ainda em voga na religião rasta.
Bibliografia:
REDINGTON, Norman Hugh. A Sketch of Rastafari History (em inglês). Disponível em <http://www.rastafarispeaks.
Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/cultura/rastafarianismo/