A Lisztomania, ou a Febre de Liszt, é um termo usado para descrever um intenso delírio de fans, que aconteciam durante as performances do músico alemão Franz Liszt. A primeira vez que o fenômeno aconteceu foi em Berlin, em 1841, tendo o termo sido cunhado por Heinrich Heine num folhetim escrito em Abril de 1844, quando o escritor comentava sobre a temporada de concertos de Paris. A Lisztomania se caracterizava por níveis inacreditáveis de histeria e frenesi, demonstrada pelos fans.
Franz Liszt sempre foi conhecido por ser um talentoso músico, tendo recebido lições de piano desde os sete anos, além de ter conhecido pessoalmente Ludwig van Beethoven. Aos nove anos, Franz Liszt já compunha suas próprias obras, além de participar de concertos. Posteriormente, Liszt continou com seus estudos com o piano, além de desenvolver habilidades com o violino, o celo e o violão. Em 1839, Franz Liszt começou a fazer diversas viagens pela Europa, por mais de oito anos. Esse período é conhecido por ser o mais genial de Liszt, como pianista, tendo recebido diversas honrarias e muita admiração. Foi exatamente durante esse período que foram reportadas intensas reações dos fans de Liszt, sendo essas reações chamadas de Lisztomania. Franz Liszt chegou em Berlin perto do Natal de 1841, e a notícia de sua chegada logo se espalhou pelo país. Na noite de sua chegada, um grupo com cerca de trinta estudantes, fizeram uma serenata para o músico, usando sua música Rheinweinlied. Ele apresentou seu primeiro recital em Berlin em 27 de Dezembro de 1841, na Academia de Canto de Berlim, para um público extremamente entusiasmado. Posteriormente, essa performance seria marcada por ser o início da Lisztomania, que se espalharia por toda a Europa depois de 1842.
O fenômeno da Lisztomania se caracterizava por uma histérica reação às performance de Liszt em seus concertos, relatos descreviam uma espécie de êxtase místico que arrebatava toda a audiência do concerto, com diversas pessoas brigando fisicamente por seus lenços e luvas, mulheres lutando por pedaços de seus cabelos, e, sempre que uma das cordas de seu piano arrembentava, fans desesperados subiam ao palco para conseguir um pedaço, para fazer braceletes. Nas ruas, era possível ver pessoas usando broches e camafeus com fotos do músico. Certa vez, Liszt jogou no chão da rua, o resto de um charuto, sob o olhar de diversas mulheres, que lutaram para conseguir aquele souvenir. Uma delas chegou a encapsular um chumaço da erva do charuto num medalhão com as iniciais "F.L." escritas com diamantes.
Nunca se soube qual seria a causa da Lisztomania, apesar de alguns estudiosos terem tentado explicar esse estado. O poeta Heinrich Heine, tentou explicar a causa dessa histeria na mesma publicação em que cunhou o termo. Para ele, esse era mais um evento patológico do quê outra coisa. Ele consultou médicos para que tentassem lhe explicar a magia que Liszt exercia sobre o público, e muitos deles lhe deram explicações mirabolantes de como coisas como o magnetismo, galvanismo, a alta concentração de luzes de cera além de muitos outros artefatos perfumados poderiam influenciar indivíduos com predisposição ou histórico de epilepsia, que podiam ser afligidas por diversas sensações, desde cócegas até mesmo sérias convulsões, além de "outras coisas esabrosas". Mas, para Heine, o que acontecia era que Liszt organizava seu concerto e sua presença de palco, de tal forma que provocava algo patológico e inexplicável em alguns indivíduos na sua platéia, como se fosse uma droga, e que as outras pessoas apenas imitavam as primeiras. Muitos estudiosos da época consideravam a Lisztomania uma verdadeira moléstia, e tentaram de diversas formas criar métodos para imunizar as pessoas contra esse fenômeno.
Muitos pesquisadores alertam que não se deve comprar a Lisztomania com a Beattlemania. A segunda foi um termo usado para descrever a intensa emoção gerada em todo da banda The Beatles no século XX em seu público, principalmente feminino. No tempo em que o termo Lisztomania foi criado, a palavra "mania" era bem mais forte, fortemente relacionado à patologias mentais, diferente do usado no século XX, mais relacionado a um tipo de moda.
Fontes:
http://en.wikipedia.org/wiki/Lisztomania_(phenomenon)
http://en.wikipedia.org/wiki/Franz_Liszt